Alteridade no multiculturalismo: representações sociais de professores da rede pública de São Paulo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Nunes, Monica Ribeiro lattes
Orientador(a): Novaes, Adelina de Oliveira lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Cidade de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Programa de Mestrado Profissional em Formação de Gestores Educacionais
Departamento: Pós-Graduação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.cruzeirodosul.edu.br/handle/123456789/304
Resumo: A pesquisa voltou a atenção para a tríade professor, estudante e objeto do conhecimento. A tríade, nos termos da perspectiva dialógica da teoria das representações sociais, pode ser identificada pela triangulação: Ego – Álter – Objeto. A investigação visou compreender as representações sociais de professores de Ensino Fundamental 2 (6º ao 9º ano) da rede pública municipal de educação de São Paulo sobre o estudante imigrante. A escola eleita distinguiu-se pelo multiculturalismo, visto que 10% do total de seu alunado é composto por estudantes imigrantes da Argentina, Bolívia e Chile. A abordagem dialógica das representações sociais foi a orientadora da metodologia adotada. Para cumprir o objetivo proposto, foram feitas nove visitas à escola, sendo sete para observação assistemática, registradas em jornais de campo, e realizadas duas sessões de grupo focal com onze professoras especialistas do ensino fundamental (6º ao 9º ano) divididas em dois grupos: um com docentes com mais de 10 anos de experiência e outro com professoras com menos tempo de docência. Os procedimentos de sistematização, codificação, categorização e análise, respeitaram o exposto por Marková et al. (2007), combinados com o proposto por Franco (2008). Das análises foi possível depreender cinco categorias de sentido associadas à tríade dialógica: (1) Ser professora; (2) alunos brasileiros X alunos imigrantes; (3) conteúdos e metodologias de ensino; (4) fatores externos aos processos de ensino e de aprendizagem; (5) queixume. Destacou-se o foco da pesquisa em tela, relacionado às representações sociais das professoras sobre os alunos imigrantes. As referidas representações foram se evidenciando no discurso, em confrontação com as representações sobre os estudantes brasileiros, e jogam luz, sobretudo, nos alunos de origem boliviana. Dinâmicas de identidade e alteridade vinculadas ao emprego das palavras “nós” e” eles” parecem estar carregadas, em especial no grupo de professoras com mais tempo de docência, de uma idealização positiva, em relação aos alunos imigrantes, e negativa, em relação aos brasileiros. Os diálogos entre as professoras permitiram identificar que os alunos imigrantes são mais “comportados”, “dedicados”, “organizados”, “mantém o material limpo”, e contam com o apoio do contexto familiar. A despeito das dificuldades com a língua portuguesa, os estudantes bolivianos se destacam dos estudantes brasileiros no que se refere ao emprego de outras linguagens, como a matemática e a artística (em especial o desenho). Com os resultados obtidos, busca-se obter elementos para a elaboração de um material de referência, em outros termos, uma “caixa de ferramentas didáticas” (toolkit) que favoreça o trabalho docente frente aos desafios do multiculturalismo.