Uma abordagem ao conhecimento sobre os portadores da doença de chagas e os agentes comunitários de saúde

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Amâncio, Natália de Fátima Gonçalves
Orientador(a): Andrade, Mônica de lattes
Banca de defesa: Akerman, Marco lattes, Ramos, Salvador Boccaletti lattes, Figueiredo, Glória Lucia Alves lattes, Sanmartino, Mariana
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade de Franca
Programa de Pós-Graduação: Programa de Doutorado Promoção de Saúde
Departamento: Pós-Graduação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.cruzeirodosul.edu.br/handle/123456789/397
Resumo: Introdução: Apesar do sucesso do Programa de Controle da Doença de Chagas Programa no Brasil, algumas áreas endêmicas tiveram dificuldades na manutenção das atividades de saúde do programa, especialmente depois da descentralização do sistema, uma vez que a sustentabilidade de medidas de controle da doença de Chagas e vetores dependem de informações e participações da comunidade. O objetivo do estudo foi identificar o perfil clínico e epidemiológico, os conhecimentos, atitudes e práticas dos portadores de doença de Chagas cadastrados no Programa de Agentes Comunitários (PACS) de um município de Minas Gerais; descrever as condições habitacionais, de vida e saúde, os fatores de risco e as condições socioeconômicas dos indivíduos com Doença de Chagas. Métodos: Foi elaborado um roteiro de entrevista baseado nas considerações sobre Knowledge, Atitude and Practice (KAP) sobre Doença de Chagas e uma capacitação sobre Doença de Chagas para os Agentes Comunitários de Saúde do município. Resultados: O roteiro de entrevista, previamente aprovado pelo comitê de ética em pesquisa, foi aplicado por meio de visitas domiciliares em dezembro de 2014 e janeiro de 2015. Concordaram em participar do estudo 52 participantes. Entre eles 67,3% eram do sexo feminino, com idade entre 35 a 97 anos e com baixa escolaridade (64%). 92% dos entrevistados referiram ter contraído a doença de Chagas há mais de duas décadas, quando residiam na zona rural (96%), em casas de pau-a-pique (67%), com paredes de barro (86%), piso de terra batida (82%), teto de palha de buriti, sapé (58%), com frestas nas paredes (83%), sem saneamento básico (100%) e sem energia elétrica (96%). A forma cardíaca da doença foi referida por 38% dos entrevistados, porém 25% disseram saber que tem a doença, mas não sabem a forma da mesma. Sobre o mecanismo de transmissão e prevenção, 79% dos entrevistados disseram saber como é transmitida a Doença de Chagas, porém 56% disseram não saber o que é possível fazer para evitar a mesma. Dos 52 participantes entrevistados, 100% relataram que seu Agente Comunitário de Saúde nunca forneceu informações referentes à transmissão, sintomas, tratamento e medidas preventivas sobre a Doença de Chagas à ele ou seus familiares. Sobre a capacitação dos Agentes Comunitários de Saúde, é possível verificar que foi efetiva, com aumento nas porcentagens das respostas corretas pós-capacitação quando comparadas as respostas pré-capacitação. Conclusão: O perfil, as concepções e percepções dos portadores sobre a doença foram importantes na identificação das condições habitacionais quando adquiriram a doença, das limitações físicas, além de evidenciar as falhas nos mecanismos de educação em saúde nos vários níveis de assistência à saúde. Os achados deste estudo podem auxiliar na reorientação das práticas de saúde, fornecendo subsídios para a reformulação de estratégias e ações de promoção de saúde que venham a contribuir para a melhoria e humanização da atenção ao portador de Doença de Chagas.