Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Almeida, Mariana Mendes de
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Orientador(a): |
Levada-Pires, Adriana Cristina
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Banca de defesa: |
Levada-Pires, Adriana Cristina
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Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Cruzeiro do Sul
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Programa de Pós-Graduação: |
Mestrado em Ciências da Saúde
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Departamento: |
Campus Liberdade
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.cruzeirodosul.edu.br/handle/123456789/299
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Resumo: |
O diabetes mellitus (DM) é um problema crescente em todo o mundo. Pacientes diabéticos apresentam alteração na função de neutrófilos associado a um estado de inflamação crônica e redução da capacidade de cicatrização. Os AG podem modular a função e morte de neutrófilos e desta forma alterar a resposta inflamatória. A suplementação com AG poliinsaturados Ômega-3, como o eicosapentaenoico (EPA) e docosahexaenoico (DHA) tem sido utilizada para o controle da inflamação em doenças autoimunes e está relacionada com a redução do risco de aterosclerose e doenças cardiovasculares. No entanto, o efeito da suplementação com Ômega 3 em neutrófilos de mulheres pré-diabéticas e diabéticas ainda permanece a ser melhor elucidado. O objetivo deste estudo foi o de caracterizar o efeito do diabetes na função de neutrófilos de mulheres controle (com glicemia ≤100mg/dL), pré-diabéticas (glicemia ≥125mg/dL) e diabéticas (glicemia ≤126mg/dL).e investigar o efeito da suplementação com Ômega-3 na função e morte de neutrófilos nestes grupos de mulheres. Participaram deste estudo 122 mulheres, acima de 40 anos. Para determinação do efeito do pré-diabetes e diabete na função dos neutrófilos as voluntárias foram inicialmente divididas em 3 grupos 1-) controle, 2) pré-diabéticas e 3) diabéticas. Posteriormente, o efeito da suplementação com Ômega 3 foi avaliado, para isto as mulheres foram subdivididas em 6 grupos 1-) suplementado com lecitina de soja (placebo), 2-) suplementado com Ômega 3, 3-) pré-diabético suplementado com lecitina de soja, 4-) grupo pré-diabético suplementado com Ômega 3, 5-) diabético suplementados com lecitina de soja, 6-) diabético suplementado com Ômega-3. Foi utilizado o suplemento High Ômega com dose diária equivalente a 1,95 g/dia. A suplementação foi realizada por método duplo cego e as avaliações foram determinadas antes e após 3 meses de suplementação. Neutrófilos foram obtidos da corrente sanguínea e as seguintes análises foram realizadas: expressão de moléculas de adesão (CD54 e CD62L), fagocitose, produção de espécies reativas de oxigênio (ERO) e de citocinas, integridade de membrana celular, fragmentação de DNA e polaridade de membrana mitocondrial. Na primeira parte do estudo foi observado que os grupos pré-diabético e diabético apresentaram um percentual de mulheres com excesso de peso maior do que o grupo controle. Os neutrófilos das voluntárias diabéticas expressaram menos CD54 (ICAM), não alteraram a produção de ERO após estímulo de LPS e apresentaram uma despolarização da membrana mitocondrial. Após a suplementação com Ômega 3 houve aumento da expressão de CD62L e redução de CD54 nos três grupos avaliados. A produção de ERO por neutrófilos estimulados foi inibida no grupo controle e pré-diabético. O grupo diabético permaneceu sem responder ao estímulo. Os neutrófilos sem estímulo do Lipopolissacarídeo (LPS) tiveram a produção das citocinas pro-inflamatórias (TNFα, IL1β e IL-6) inibida após a suplementação com ômega 3. No entanto, a suplementação induziu a produção de citocinas após estímulo dos neutrófilos com LPS. Os parâmetros de morte dos neutrófilos não foram alterados pela suplementação. A suplementação com lecitina de soja levou a efeitos similares ao do ômega 3 na função de neutrófilos. Concluímos que a suplementação com ômega 3 teve um efeito anti-inflamatório na função dos neutrófilos das mulheres pré-diabéticas e diabéticas, além disso tornou os neutrófilos mais responsivos a estímulo para produção das citocinas pró e anti-inflamatórias. Esses efeitos poderiam auxiliar no controle da resposta inflamatória crônica verificada em pacientes diabéticos. |