Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Demenech, Luciana Stadler
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Orientador(a): |
Gabardo, Marilisa Carneiro Leão
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Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Positivo
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Odontologia Clínica
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Departamento: |
Pós-Graduação
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.cruzeirodosul.edu.br/handle/123456789/2169
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Resumo: |
A solução de hipoclorito de sódio (NaOCl) é a mais utilizada para a irrigação do sistema de canais radiculares. Apresenta, na literatura, concentrações que variam de 0,5% a 8,25%. Possui alto poder antimicrobiano, porém é relatado que sua elevada toxicidade pode estar relacionada a dor pós-operatória. Outra solução irrigadora frequentemente utilizada é a clorexidina (CLX), com apresentação na forma de solução ou gel, sem potencial para dissolução de matéria orgânica, mas com grande ação antimicrobiana. Em virtude da redução do tempo de preparo do sistema de canais radiculares, com sistemas de lima única e simplificação do processo como um todo, a permanência da solução irrigadora no canal radicular é pequena. Desta forma, uma solução que contribua de modo efetivo para aumentar a limpeza durante o preparo químico-cirúrgico é desejada, desde que mantida a compatibilidade biológica. Com o intuito de analisar a biocompatibilidade de diferentes soluções, incluindo o NaOCl 8,25%, e a incidência de dor pós-operatória mediante o uso das mesmas, a presente Tese é composta de dois artigos. No primeiro, foi utilizada a membrana corioalantoide de embrião de galinha (CAM), pelo método Hen’s Egg Test Chorionallantoic Membrane (HET-CAM), Teste de Membrana Corioalantoide de Ovo de Galinha. As soluções testadas foram soro fisiológico (controle), CLX 2% e NaOCl (2,5%; 5,25% e 8,25%). Foram analisadas 25 membranas, avaliando alterações morfológicas e na microcirculação, com o auxílio de microscópio óptico de luz e fotografias. As imagens foram analisadas e quantificadas e os resultados submetidos a análise de variância (ANOVA) e teste Tukey, KruskalWallis e Mann-Whitney. No segundo artigo foi avaliada a incidência de dor pós- operatória, por meio de estudo clínico randomizado controlado, em pacientes submetidos a tratamento endodôntico padronizado, em sessão única e irrigação com uma das soluções (NaOCl 2,5%; 5,25%; 8,25% ou CLX 2%). A instrumentação foi feita com sistema de lima única, tempo de preparo químico-mecânico cronometrado e mesma técnica obturadora. A presença de dor foi avaliada em “sim” ou “não”, e intensidade por Escala Visual Analógica (EVA), em três tempos diferentes após o tratamento (24, 48 e 72 horas). Os dados obtidos foram submetidos à regressão logística. Na avaliação morfológica, quanto à hiperemia, o NaOCl 8,25% apresentou diferença significativa comparado aos demais grupos, exceto ao NaOCl 5,25% (p = 0,096). Na análise da coagulação, a CLX 2% foi mais irritante, com diferença significativa em relação ao NaOCl 2,5% (p = 0,038). Já o NaOCl 8,25% apresentou menor quantidade de vasos na microcirculação. Na avaliação histológica a maior quantidade de células inflamatórias foi observada com NaOCl 8,25% e a necrose tecidual esteve presente em todas as amostras de NaOCl 5,25%. Presença de fibroblastos foram detectados somente no grupo controle. Os resultados referentes à dor pós-operatória, dos 180 pacientes avaliados, 169 responderam a pesquisa. Destes, 107 eram mulheres e a média de idade foi 38,06 (DP = 14,371) anos. Quanto à presença de dor pós-operatória (“sim” como referência), após ajuste das variáveis, houve diferença significativa no “tempo ≥ 10 minutos” (OR = 3,23; IC95%: 1,05-9,91; p = 0,041), e “com extravasamento de obturação” (OR = 13,6; IC95%: 3,98-46,9; p < 0,001). Para o desfecho “dor pós-operatória em 24 horas”, os resultados também tiveram diferença significativa em relação às mesmas variáveis, sendo que o NaOCl 5,25%, representou 16,7% dos casos (OR = 7,10; IC95%: 1,17- 43,00; p = 0,003). Após diferentes metodologias foi possível concluir que o NaOCl 8,25% apresentou toxicidade elevada nos testes sobre a CAM, porém, comparado às demais concentrações da mesma solução e a CLX, os efeitos foram semelhantes, como processos de injúria tecidual, inflamação aguda instantânea e necrose tecidual. Um tempo de preparo ampliado e o extravasamento de material obturador são variáveis que influenciam na presença de dor. A solução de NaOCl 8,25% pode ser utilizada para a irrigação dos canais radiculares, assim como as demais concentrações, desde que o tempo de preparo seja reduzido. |