Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2014 |
Autor(a) principal: |
Souza, Ricardo Rodrigues de
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Orientador(a): |
Seifert Jr, Rene Eugenio
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Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Positivo
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Administração
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Departamento: |
Pós-Graduação
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.cruzeirodosul.edu.br/handle/123456789/3023
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Resumo: |
Uma das principais características da sociedade capitalista moderna é a idéia de progresso e desenvolvimento por meio de crescimento econômico (Victor, 2008; Esteva, 2010). Neste contexto, o crescimento das empresas tem sido tipicamente equiparada ao sucesso de gestão (Baum, Locke & Smith, 2001). Notavelmente, em gestão e estudos organizacionais diversas teorias que visam contribuir para o crescimento dos negócios têm sido propostas (ver, por exemplo Storey, 1994). Além disso, as políticas governamentais têm sido geralmente desenvolvidas com propósito semelhante. No Brasil, um mercado emergente e ansioso para crescer, o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), iniciado no governo do presidente Luis Inácio Lula da Silva em 2007, é um exemplo típico de tais políticas. A busca do crescimento também tem recebido o apoio de diversas agências empresariais, com foco principalmente no desenvolvimento de pequenos negócios. Não pode deixar de fora o sistema bancário financeiro, que foi estabelecida como uma instituição poderosa para o crescimento. Neste contexto, o não crescimento é dificilmente visto como uma alternativa. A respeito do desenvolvimento de uma perspectiva crítica sobre o tema, Seifert e Vizeu (2011) argumentam que o crescimento organizacional tornou-se uma ideologia de gestão, e que apesar de ser dominante na sociedade moderna, não se deve esquecer que muitas organizações empresariais voluntariamente optam pelo não crescimento. Neste estudo, explora-se os significados que os proprietários de micro e pequenas empresas com mais de 30 anos de operação atribuem ao fato de que a sua empresa não ter crescido. Desenvolve-se uma perspectiva interpretativa, que considera o papel de significados e interpretação como a chave para entender as escolhas e ações de organizações (Daft e Weick, 1984). Metodológicamente, realizou-se sete entrevistas qualitativas com os proprietários de micro e pequena empresas localizada na cidade de Curitiba, Brasil. As descobertas sugerem que compreender o não crescimento como escolha voluntária é uma questão complexa. Mais especificamente, foram identificadas 10 categorias de significado mencionadas pelos empresários em relação ao fato de que seu negócio não ter crescido, a saber: i) conservadorismo (por exemplo: a aversão a assumir riscos); ii) manutenção das características tradicionais do negócio; iii) controle; iv) o sucesso desvinculado ao crescimento; v) crescer não é necessário para sobreviver; vi) não crescer como escolha voluntária; vii) dores do crescimento; viii) conforto; ix) vinculação biológica da organização coma do gestor; x) crescimento. Embora algumas dessas categorias de signifiacados já foram identificados na literatura especializada, alguns deles são novos e sugerem novas maneiras de entender a alternativa de não crescer. Os resultados sugerem ainda que, embora em alguns casos, a ausência de crescimento pode ser entendido como um fracasso, em outros, os significados dados pelos proprietários das empresas dão fundamento a esquemas interpretativos menores que funcionam como limites auto-impostos para o crescimento. Além disso, os resultados desafiam a idéia de que o crescimento é a única alternativa para a sobrevivência em mercados competitivos. Assim, sustenta o argumento de Seifert e Vizeu (2011) que o crescimento organizacional, de fato, tornou-se uma ideologia de gestão. A intenção é que esta pesquisa, apesar de suas próprias limitações, contribuirá para alimentar o debate e pesquisa futura sobre se o crescimento do negócio como uma necessidade, pois é tipicamente caracterizado na literatura especializada, ou uma mera alternativa. |