Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Ortiz, Jurema
 |
Orientador(a): |
Oliveira, Samir Adamoglu de
 |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Positivo
|
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Administração
|
Departamento: |
Pós-Graduação
|
País: |
Brasil
|
Palavras-chave em Português: |
|
Área do conhecimento CNPq: |
|
Link de acesso: |
https://repositorio.cruzeirodosul.edu.br/handle/123456789/1886
|
Resumo: |
As organizações gastronômicas são naturalmente locais de experiências sensórias, ou seja, experiências propiciadas pelos órgãos dos sentidos: a visão, a audição, o tato, o olfato e o paladar. Aliados aos sentidos estão o juízo estético e as emoções, que definem, para cada pessoa, se algo é bom ou ruim, agradável ou repugnante, belo ou feio. Mas não apenas os clientes vivenciam experiências estéticas. Também aqueles que estão nos bastidores da organização, ou seja, os responsáveis pelas experiências estéticas dos clientes, igualmente, vivem experiências estéticas durante suas práticas laborais, experiências estas que não dizem respeito somente à visão e ao paladar. Esta pesquisa buscou analisar o papel das experiências estéticas dos atores organizacionais para a compreensão das práticas da organização. Assim, o objetivo geral desta pesquisa foi, à luz da perspectiva das práticas sociais e da estética organizacional, analisar o papel das experiências estéticas dos indivíduos que compõem a organização nas práticas do restaurante de gastronomia molecular Poco Tapas. Essa organização é singular pelas múltiplas experiências sensoriais que sua proposta possibilita. Para alcançar o objetivo mencionado anteriormente, o quadro teórico de referência deste estudo articulou estética e práticas sociais. Empreendeu-se uma pesquisa qualitativa de inspiração etnográfica, a qual teve duração de sete meses, de setembro de 2016 a abril de 2017, e resultou em 57 páginas de notas de campo e 10 entrevistas, totalizando 25 horas e 35 minutos de gravação. Entrevistaram-se todos os trabalhadores efetivos da organização, além dos estagiários. Combinada com a observação não participante, a coleta de material empírico foi enriquecida com a angariação de documentos, realização de entrevistas semiestruturadas e conversas informais, além de registros (devidamente autorizados) de material audiovisual (fotos e áudios). Utilizou-se a narrativa para analisar os achados empíricos e o texto aberto para comunicá-los. Os achados empíricos, compostos de dados primários e secundários, indicaram que as experiências estéticas dos atores organizacionais têm papel importante em suas práticas, pois os sentidos estão intrinsecamente relacionados ao conhecimento tácito, ou seja, ao saber prático. Os membros organizacionais do restaurante em questão usam o corpo e os sentidos para agir e aprender, bem como para transmitir conhecimento. Dado que o conhecimento sensível, estético, é trivial, é inerente aos atores dessa organização, eles não têm consciência do conhecimento do corpo e, por consequência, têm dificuldade de exprimi-lo. Já o juízo estético permite aos atores organizacionais julgar com base no que apreendem pelos sentidos e pelas emoções e, com base neles, tomar decisões corriqueiras que impactam nos resultados da organização. Os resultados indicaram ainda que, além dos comportamentos rotineiros compartilhados pelos atores organizacionais, as práticas englobam tradições, normas e elementos não humanos. |