Gêneros do discurso em sala de aula: os casos do diário pessoal e da receita culinária

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Campos, Elisa Silva lattes
Orientador(a): Mendonça, Marina Célia lattes
Banca de defesa: Mussalim, Fernanda lattes, Figueiredo, Maria Flávia lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade de Franca
Programa de Pós-Graduação: Programa de Mestrado em Linguística
Departamento: Pós-Graduação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.cruzeirodosul.edu.br/handle/123456789/762
Resumo: Desde a publicação dos Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa do Ensino Fundamental II, em 1998, os livros didáticos brasileiros têm procurado orientar os estudos dessa disciplina com ênfase na interação através da linguagem. Esse documento toma o estudo dos gêneros discursivos como condição essencial ao ensino. Nossa dissertação nasce de discussões que ensejaram a elaboração desse documento e dos questionamentos que ele suscitou, no âmbito acadêmico e escolar. Tomando como referencial teórico estudos sobre a linguagem e sobre os gêneros do discurso realizados pelo Círculo de Bakhtin e por autores que divulgaram suas contribuições, nosso objetivo é refletir sobre a produção textual de alunos do Ensino Fundamental II de uma escola particular do interior paulista. Foram selecionadas 378 produções de receitas culinárias e de diários pessoais a fim de verificarmos como se manifesta a subjetividade do autor-criador nesses enunciados. Os objetivos específicos da pesquisa são: refletir sobre as possíveis mudanças ocorridas nesses gêneros quando migram para a esfera pedagógica; contribuir com uma reflexão acerca da artificialidade da produção textual escolar; verificar como o aluno se coloca como autor-criador de suas produções textuais nesse contexto. As análises desenvolvidas mostram que, quando o gênero se atualiza nas relações de ensino, ele se modifica, em especial pela alteração das relações interativas em que se dá a enunciação. Essa modificação, entretanto, não se dá somente no sentido de uma “escolarização”, no sentido pejorativo do termo: em nosso corpus, essa modificação é espaço de constituição do autor-criador em trabalho de produção de um enunciado para destinatários específicos, é espaço de intersubjetividade na nova situação interativa. A contribuição desta pesquisa reside na reflexão sobre a atualização dos gêneros do discurso em sala de aula, não como “objetos” de estudo, mas como “instrumentos” para o estudo da linguagem e para a discussão acerca das formas de atuação do sujeito sobre a realidade.