Tradução, adaptação transcultural e propriedades clinimétricas do instrumento quick exposure check (qec) versão Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Comper, Maria Luiza Caíres lattes
Orientador(a): Padula, Rosimeire Simprini lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade da Cidade de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação Mestrado em Fisioterapia
Departamento: Pós-Graduação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.cruzeirodosul.edu.br/handle/123456789/1166
Resumo: Contextualização: O expressivo número de trabalhadores acometidos pelos distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT) tem estimulado a realização de estudos que avaliem a exposição dos trabalhadores aos fatores de risco ocupacionais. Esta exposição (intensidade, frequência e duração) pode ser avaliada por métodos diretos, observacionais e questionários, sendo estes últimos os mais utilizados na prática ocupacional. Contudo, a maior parte dos instrumentos destes instrumentos foi originalmente desenvolvida na língua inglesa, e países que possuem sua própria língua nativa, como é o caso do Brasil, acabam tendo dificuldade em utilizá-los. Este estudo se propôs à traduzir, adaptar culturalmente e testar as propriedades clinimétricas do instrumento Quick Exposure Check (QEC) para o português-brasileiro. Em seguida, a eficácia deste instrumento, enquanto método observacional foi comparada com a eficácia de questionários que também avaliam o risco ergonômico. Métodos: O QEC foi traduzido e adaptado culturalmente para o Português Brasileiro e, junto com a versão brasileira do Questionário de Fatores de Job e Questionário Nórdico, foi testado com 107 trabalhadores em dois setores de produção de uma fábrica têxtil por cinco avaliadores com experiência em análise ergonômica. As propriedades clinimétricas, testadas em um projeto de teste e re-teste, foram: consistência interna, reprodutibilidade intra e inter avaliadores (confiabilidade e concordância), validade de construto e efeitos de teto e piso. Os níveis de exposição aos fatores de risco e comportamento dos sintomas osteomusculares foram analisados por estatística descritiva. O teste de Wilcoxon foi utilizado para avaliar a existência de diferença significativa do risco ergonômico entre setores. O teste de Kruskal-Wallis foi utilizado para avaliar a existência de diferença significativa entre setores para as pontuações das 4 regiões corporais. O teste Qui-Quadrado foi adotado para verificar a existência de associação entre as queixas osteomusculares e os níveis de exposição. Resultados: A versão brasileira do Português QEC apresentou níveis adequados de consistência interna (α Cronbach = 0,76). Confiabilidade intra-examinador moderada foi observada com coeficientes de correlação intraclasse (ICC variando 0,41-0,60); confiabilidade inter observador de moderada a substancial (ICC variando entre 0,62 e 0,86), o erro padrão da medida (EPM) variou de 8,3 a 11,2 pontos. Níveis moderados de validade de construto foram observados (r de Pearson = 0,38). Nenhum efeito piso-teto foi encontrado. O nível de exposição ao risco foi diagnosticado por ambos os instrumentos como moderado e não apresentou diferenças significativas entre os setores. As queixas não apresentaram associação com o risco ergonômico (p>0,05). Conclusões: A versão brasileira do QEC tem propriedades adequadas clinimétricas para medir diferentes níveis de exposição a fatores de risco e pode ser usado por pesquisadores e profissionais em Saúde Ocupacional. Os métodos observacionais e os questionários conseguem classificar a gravidade do risco ergonômico, entretanto, condições específicas de risco são pontuadas diferentemente por um ou outro. Assim, ao selecionar o instrumento mais adequado às suas necessidades, o profissional deverá definir o objetivo da avaliação e como seus resultados serão utilizados para as estratégias de redução do risco ergonômico.