O atravessamento do contexto social na experiência de autocuidado das gestantes à luz da psicanálise: uma pesquisa qualitativa

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: GUIMARÃES, Karla Mariana Fernandes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: UNIVERSIDADE CESUMAR
Brasil
UNICESUMAR
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://rdu.unicesumar.edu.br/handle/123456789/555
Resumo: A gestação é um momento singular na vida da mulher, que carrega modificações biológicas e emocionais importantes. Supomos que o modo como vivencia a gestação define de maneira importante o autocuidado que ela venha a exercer, tanto na gestação quanto depois do nascimento do bebê. Nesta pesquisa, procuramos entender quais fatores interferem na experiência do autocuidado nas gestantes. No objetivo geral buscamos “compreender qual é o significado/representação da maternidade, que são construídos socialmente, e o que desses significados atravessa a experiência de autocuidado das gestantes”. Partimos da hipótese de que este significado/representação unidos à história de vida da mulher e à relação dela com o progenitor têm interferência importante na experiência de autocuidado e na própria maternidade. A pesquisa foi realizada com dois grupos de gestantes nos municípios de Atalaia e Mandaguari, com cinco mulheres em cada grupo. A coleta de dados feita por meio de Grupo Focal e, após a transcrição, utilizamos a análise de discurso. Concluímos que o autocuidado é uma ação multideterminada. Por meio da construção teórica, chegamos a compreensão de que a sociedade atual construiu duas representações sobre a maternidade. A primeira é decorrente de resquícios do discurso rousseauniano que tem a maternidade como essência da natureza feminina, da qual a verdadeira mulher não pode escapar. A segunda é decorrente do contexto social e econômico, em que a maternidade significa ou representa mais um atributo que a mulher deve cumprir, conciliando com o trabalho, os cuidados com o corpo, especialmente à estética, entre outras atribuições, sob o imperativo de consumir produtos para suportar esses atributos. Por outro lado, a história de vida supera os determinantes biológicos na representação construída acerca da maternidade, pois o desejo de ser mãe relaciona-se com a experiência e com as relações afetivas estabelecidas ao longo da vida. Em termos de aporte afetivo, o progenitor e as figuras femininas (mãe e sogra) são igualmente representativos para a experiência da maternidade. Finalmente, pudemos com essa pesquisa compreender que o contexto social e econômico e a história de vida, em especial relacionada com a feminilidade, são determinantes para a construção da representação da maternidade, bem como esses são fundamentais também para a prática do autocuidado.