A cidade do olhar: a expressão viva em A cidade sitiada de Clarice Lispector

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1999
Autor(a) principal: García, Paulo César
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: UNEB
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://saberaberto.uneb.br/handle/20.500.11896/7327
Resumo: A cidade é vista como uma rede semiótica especular, pressupondo uma teia de signos, que a enforma através do olhar. Pronta para determinar argumentos e valores instigantes ou quem sabe, matéria viva, expressiva. O ato de espiar é incessante na cidade-texto de Clarice Lispector, pois corresponde à expressão do ver, do sentir, do ouvir, do perceber, do imaginar. As coisas expressam qualidades traduzidas por sensações que emergem através do contato do sujeito com o espaço. Desse modo, a aparência constitui uma provação e o imaginário uma provocação. Ambos são resgatados no deparar do grande com o pequeno. O acaso e os instintos são proporcionados na textura da cidade com o intuito de promover a presença do ser que se destaca, pinta e borda pelas margens do texto. O espaço do espiar se apresenta nos sentidos aparentes que se desdobram nos cantos da casa e da cidade. O signo assume uma forma em que sombra, luz, som, olhar se colocam na fronteira do imaginário e da percepção. Do dentro e do fora. De modo que, por todos os lados, o ser inscreve o olhar e se inscreve com o argumento de sitiar a cidade. O ato de ver constitui uma tentativa, e atingir a cidade passa pelo instante arguto do olhar. da palavra que ecoa no moldar do espaço. Assim, percepção e imaginação imbricam-se no gesto impetuoso de ritmar o real frente ao seu enigma e na feição descritiva/subjetiva em relação ao mundo enunciado.