Nasalidade em Proto-Tupí-Guaraní : uma reconstrução

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Silva, Rauly Absher de Sá e
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.unb.br/handle/10482/51698
Resumo: Este trabalho visa apresentar uma reconstrução da nasalidade no Proto-Tupí-Guaraní, com o objetivo de aprofundar o conhecimento histórico sobre suas línguas descendentes, divisões internas à família e, ainda, ampliar o conhecimento sobre a nasalidade e a harmonia nasal de modo geral. No capítulo 1, faz-se uma introdução e apresentação de objetivos, justificativas e metodologia, bem como uma revisão de literatura sobre o método históricocomparativo. No capítulo 2, faz-se uma revisão de literatura sobre nasalidade, sobre as línguas Tupí-Guaraní e a história de seus estudos. No capítulo 3 faz-se uma análise tipológica da nasalidade nas línguas Tupí-Guaraní. O objetivo é traçar um perfil tipológico dessas línguas e possibilitar a reconstrução de um perfil tipológico do Proto-Tupí-Guaraní. A partir das análises tipológicas do capítulo 3, fez-se um perfil do PTG, aplicando-se os princípios da economia e da maioria. Os tipos encontrados eram relativos ao contraste entre vogais orais e nasais na sílaba tônica, à existência ou não de consoantes naso-orais, ao alcance do espalhamento de nasalidade e em relação ao modo de composição de palavras nasais. O perfil tipológico do PTG, dessarte, seria uma língua com contraste simétrico entre as vogais orais e nasais na tônica, existência de alofones naso-orais, espalhamento nasal de longo alcance e composição de palavras nasais com assimilação e naso-orais. Com esses dados, prosseguiu-se à reconstrução dos fonemas da proto-língua, já no capítulo 4. Demonstrou-se que o PTG tinha 12 consoantes orais, *p, pʷ, kʷ, *pʲ, *t, *k, *ʔ, *͡ts, *w, *j, *β e *ɾ, duas consoantes nasais, *m, *n, seis vogais orais e seis vogais nasais. A nasalidade progredia da direita para a esquerda, a partir da sílaba tônica. Partindo da reconstrução dos fonemas e alofones, fez-se uma reconstrução, com análise tipológica, dos afixos do PTG. Foram encontrados dois tipos de afixos, os prefixos e os sufixos. Os prefixos se caracterizam por ser alvo de nasalidade, e, com isso, possuir dois alofones, um nasal, e um oral, além de, sintaticamente, terem função de alterar a valência ou a agência de verbos ou nomes. Os sufixos, por outro lado, em sua maioria, tendem a bloquear a nasalidade, passando apenas por um processo de nasalização de sua consoante inicial, similar ao que ocorre na composição de palavras.