A recitante egípcia : rapsódia e gestus em após-revoluções cairotas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Santos, Potyguara Alencar dos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.unb.br/handle/10482/24293
http://dx.doi.org/10.26512/2017.03.T.24293
Resumo: Nas palavras e sintagmas repetidos com insistência (dísticos, fraseologias político-religiosas, idioletos, expressividades da rua e textos autotélicos), buscar o “cada um” dos singularismos vocálicos, os estranhamentos e os vínculos intensivos e periféricos dos egípcios com uma revolução e com o seu “após”. Como as “frases dos outros” – as citações – se tornam parte da minha expressividade pessoal, e como adiciono a elas as inflexões das minhas autofigurações no “aqui e agora” do meu circuito fenomênico de afetos vicinais e odientos? A história egípcia moderna é outra vez vocalizada em remissão temporal a um baᶜd il-thaūra (após-revolução). Para este estudo de tese etnográfica sobre figurações de juventudes no Egito urbano do após-Revolução de 25 de Janeiro de 2011, a “recitação” – habilidade de apresentação e manifestação da pessoa vocal – é tratada, a um só tempo, como a forma das artes verbais e das falas livres registradas e como uma artificialidade heurística que enxerga na temporalização cotidiana desse “após” um momento renascente de individualidades criativas entre as juventudes egípcias. Aqui, o próprio pesquisador procura “recitar” e rapsodear imitativamente as vivências instanciais das expressões etnodramatizadas entre ele e os jovens “muçulmanos sunitas” e “cristãos coptas” do distrito centro-leste cairota de al-Muqaṭam (ou Muᵓaṭam, no modo dialetal citadino), região urbana da sede partidária da Irmandade Muçulmana no Egito. Daqueles, foram recuperados os seus “estilos” de figurar a história política e as conflitivas inter-religiosas recentes na forma de ortopráxis, estranhamentos metodêuticos e recitações de si. “Ars Vox”, “rapsódia”, “gestus”, “rostos mortos e rostos vivos” são outras figuras de apercepção desses mundos expressivos da vida. Política, indivíduo e linguagem originam, por sua vez, os lugares temáticos dos conceitos postos em plano de reanálise e recriação.