Seria Foucault um dândi? : reflexões sobre uma estética da existência para a contemporaneidade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Colares, Lorrayne Bezerra Vasconcelos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.unb.br/handle/10482/51681
Resumo: A presente tese visa apresentar e analisar as críticas que se referente ao projeto foucaultiano de uma estética da existência como uma forma de estetismo, tal como a crítica proferida por Pierre Hadot que define a filosofia foucaultiana como uma nova forma de dandismo, versão século XX. Para enfrentar tais críticas, ou ao menos colocá-las em perspectiva, é preciso elucidar o que está de fato em jogo no projeto foucaultiano de uma ética de si para resistir ao poder. Esse projeto não pode ser plenamente compreendido em toda a sua complexidade senão pelo delineamento de todo um percurso de pensamento filosófico, o qual, por sua vez, se reatualiza constantemente, e que faz um uso estratégico de determinados conceitos com o intuito de refletir sobre a própria filosofia e seus limites. Sendo assim, analisaremos o movimento de aproximação e de recusa que levou o filósofo e psicólogo francês, Michel Foucault, a querer distanciar-se da filosofia institucional em voga na sua época, visando repensar o conceito de experiência a partir de uma suposta uma inspiração nietzscheana. Esse desejo por algo outro levou o autor a engendrar um monumental exercício de pensamento que definimos aqui como uma tentativa de apresentar a experiência histórica e concreta da sexualidade com o intuito de explicitar a rede de dispositivos que nos moldam enquanto subjetividades particulares. Uma análise detalhada desse exercício de delineamento de uma história das experiências nos permite compreender e justificar a intenção do autor em buscar articular saber, poder e subjetividade e, com isso, sugerir a possibilidade de uma vida como obra de arte a partir de uma atualização da antiga noção de cuidado de si. No entanto, como pretendemos demonstrar, esse movimento não aproxima o autor de um narcisismo egocêntrico, como ele fora acusado por alguns, e, aqueles que ainda hoje pretendem acusar a filosofia foucaultiana de ser uma nova forma de dandismo no século XXI devem, antes de tudo, compreender melhor a própria dimensão filosófica do dandismo.