Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Oliveira, Rogério Luiz de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
http://repositorio.unb.br/handle/10482/51631
|
Resumo: |
A Cia. Pé na Estrada, grupo teatral de que faço parte, desde 2015 vem produzindo e apresentando seu teatro em Unaí, uma cidade agropecuária, localizada no estado de Minas Gerias e a 150 km de Brasília, onde não há galerias, teatros ou salas de espetáculo. Sem outro espaço que nos recebesse, começamos a ensaiar e apresentar nossos trabalhos no quintal da casa de um dos integrantes do grupo, em um bairro periférico de Unaí. O que parecia uma alternativa temporária para o grupo foi se mostrando uma possibilidade estética e ética para as nossas criações. Lá acabamos fundando o Teatro de Quintal, que por ser um espaço teatral com muitas especificidades, limitações, mas também potências, tem nos guiado para uma forma particular de fazer o teatro. Na pesquisa estudei a história de Unaí (nos livros dos historiadores Maria Torres Gonçalves e Oliveira Mello), a história da prática do teatro na cidade (pelo relatos dos dois historiadores e por meio de entrevistas que fiz com artistas locais), além da trajetória da Cia. Pé na Estrada e da análise de seus processos criativos, colhendo elementos que ajudam a entender o Teatro de Quintal não só como o espaço teatral alternativo do grupo, mas também como a sua poética política, o seu modo doméstico e comunitário de produção teatral, que se constitui como uma insurgência cultural numa cidade interiorana governada pelas exigências do agronegócio. À luz de Rosyane Trotta e Patrícia Fagundes, de seus estudos sobre coletivos teatrais desafiando a realidade neoliberal que tanto dificulta as produções simbólicas no Brasil, mas também de reflexões de Augusto Boal, Henri Lefebvre, David Harvey e Michel Foucault, utopias do teatro e do mundo, busco mostrar como, mesmo na precariedade, o Teatro de Quintal da Cia. Pé na Estrada funda outros espaços na realidade geográfica, histórica e cotidiana de Unaí, constituindo lutas pelo direito à cidade e pelo direito à fruição do teatro nas cidades de interior da região central do país, onde, nas últimas décadas, o aumento das populações nas áreas urbanas tem sido motivado pelo agronegócio, cujo poder financeiro e político se estende inclusive ao campo da cultura. |