Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Lima, Ana Paula Oliveira |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.unb.br/handle/10482/51490
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Resumo: |
Nesta dissertação, desenvolvo uma investigação sobre redes de sociabilidade marcadas pela atuação de sujeitos e sujeitas negros e negras, com enfoque na experiência de José do Patrocinio Marques Tocantins (1844-1889), na segunda metade do século XIX. Em espaços como a imprensa, o movimento abolicionista, instituições de ensino e religiosas e tantos outros âmbitos socioculturais, desde a província de Goiás, o pensador funda o primeiro jornal cujo objetivo era debater a abolição e os aspectos nela circunscritos, O Publicador Goyano (1885-1889), e atua como redator em algumas oficinas tipográficas. Ao criar a Sociedade Abolicionista Servos de Christo, em 1887, já era ele conhecido professor do Liceu de Goyaz e deixava sua marca em composições sacras e nas bandas de música que formava. Assim, considerando todas essas dimensões, José Marques conecta uma rede que envolve distintos sujeitos e, ecoando na imprensa, identificam-se agências negras, de libertandos, livres ou libertos, na contestação ao escravismo e às práticas de racialização e racismo, bem como e, em larga medida, na reivindicação de participação social justa e igualitária. Se entre a população escravizada havia o entendimento de seu lugar como trabalhadora, ainda que em regime máximo de exploração, tal compreensão não esteve restrita a esse segmento, pois as dinâmicas observadas entre livres e libertos evidenciam que a busca pela liberdade como direito (para além do processo de abolição) não se fez em separado da ênfase no trabalho e na instrução como possibilidades efetivas de melhoria individual e coletiva. Enquanto eram pensados os fins e os meios para concretizar a abolição, eram postos em cena também aspectos relacionados à conformação da nação a surgir após aquele momento. Nesse sentido, a imprensa continuaria a ser uma das principais irradiadoras das demandas e perspectivas dos sujeitos que ocupariam suas trincheiras, projetando debates além das fronteiras nacionais. Os jornais constituem a principal fonte recorrida e a análise das dinâmicas descritas, no intercurso do campo das emancipações e pós-abolição, insere-se na perspectiva da História Social. |