Trabalho docente do assistente social nas federais : contradições e resistências em tempos de intensificação e produtivismo acadêmico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Duarte, Janaína Lopes do Nascimento
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.unb.br/handle/10482/23495
Resumo: Esta tese trata sobre o trabalho docente dos assistentes sociais inseridos nas instituições de ensino superior federais, suas contradições e resistências diante da expansão consolidada pela contrarreforma da educação superior no Brasil. Tem-se como pressuposto que o trabalho docente e suas contradições só podem ser apreendidos a partir: das determinações que incidem sob o trabalho contemporâneo; e do movimento histórico de avanços e retrocessos da educação superior, sob o contexto de reorganização capitalista. O processo investigativo realizou-se em três frentes autoimplicadas: a) pesquisa bibliográfica, a partir do estudo e aprofundamento de referências contemporâneas atuais; b) pesquisa documental, com análise de legislações brasileiras referentes à(s): expansão da educação superior desde o período ditatorial até os governos petistas; carreira docente do magistério superior; ações das entidades organizativas ABEPSS, CFESS e ANDES; e c) pesquisa de campo, a partir da aplicação de 52 questionários com docentes assistentes sociais inseridos em IES federais das regionais leste e nordeste da ABEPSS e da realização de entrevistas com dirigentes das entidades representativas do Serviço Social e do movimento nacional docente. Como resultados, ressalta-se: 1) o movimento expansivo de continuidades e novidades/aprofundamentos da política de educação superior, desde a Reforma Universitária de 1968, passando pelo governo neoliberal de Cardoso e culminando com as gestões petistas de Lula e Rousseff, apresentando como eixo condutor de continuidade a privatização/mercantilização e como novidade a ênfase nas parcerias público privado, o crescimento exponencial do ensino à distância e tecnológico; 2) a metamorfose na universidade e no trabalho docente, conduzida pelos processos articulados de intensificação e precarização do trabalho, endossados pelo produtivismo acadêmico, gerando diversificação e faces distintas que dialogam na graduação e na pós-graduação, questões na saúde dos professores/as, acirramento de valores burgueses como a competitividade e o individualismo, redução das possibilidades de solidariedade entre docentes e dificuldade no seu reconhecimento enquanto trabalhadores, com repercussões na qualidade da formação profissional e na resistência coletiva; 3) a condensação de forças atuais a partir das ações das entidades dentro e fora do Serviço Social, cujo fundamento se encontra na relevância histórica e atualidade do movimento nacional docente e no patrimônio sócio histórico da profissão, a partir da sua renovação ética e política, cuja ABEPSS se constitui como importante expressão da combatividade da categoria; 4) a relevância da constituição do indivíduo burguês como um dos determinantes do processo de consciência para o fortalecimento da luta coletiva com fins de uma sociedade emancipada e uma educação voltada para a libertação da ordem do capital. Para finalizar, destaca-se a urgência de ratificar a direção política pautada na crítica, o fortalecimento da agenda de lutas das entidades, a expansão da participação docente, defesa da universidade pública e da formação qualificada, também como condições de manutenção da direção crítica do projeto ético-político profissional.