Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Oliveira, Kelle Pardim de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
https://locus.ufv.br//handle/123456789/28370
|
Resumo: |
O estresse gerado em aves expostas à altas temperaturas, especialmente quando estas encontram-se associadas à altos valores de umidade relativa do ar ambiente, podem resultar, dependendo da intensidade e duração da condição estressante, em redução no desempenho produtivo e nível de bem-estar animal, principalmente devido à cobertura de penas e falta de glândulas sudoríparas destes animais, o que dificulta a sua dissipação de calor. Como consequência detrimental em galinhas poedeiras, o estresse por calor pode causar, por exemplo, a redução na quantidade e tamanho do ovo produzido, visto que, nessa condição, as aves consomem menos ração, o que está diretamente relacionado aos parâmetros supracitados. Neste aspecto, uma das maneiras de se amenizar a queda geral de produtividade causada pelo estresse por calor é por meio da manipulação nutricional da ração fornecida, tornando-se necessário estabelecer um nível ótimo de energia metabolizável na dieta que possa levar a melhor desempenho de aves submetidas a cada distinta condição ambiental desfavorável. Considerando-se que a avicultura foi pautada nas modificações genéticas ao longo das últimas décadas, o que impõe modificações também na exigência dos animais, torna-se fundamental atualizar as faixas térmicas ambientais consideradas ótimas para melhor desempenho produtivo de galinhas poedeiras criadas sob as condições climáticas do Brasil, em cada uma de suas distintas fases de vida, de maneira a se estabelecer o melhor manejo nutricional, bem como dos sistemas de aclimatização ambiente. Objetivou-se determinara faixa de temperatura ideal para galinhas na fase de pico de postura (24ª à 31ª semanas de idade), bem como o nível ideal de energia metabolizável na dieta, quando estas aves são submetidas a diferentes níveis de estresse cíclico por calor, tendo como base as respostas fisiológicas, dosagem de hormônio (T3 e T4) e desempenho produtivo das mesmas. Avaliou-se o desempenho de galinhas poedeiras submetidas a quatro condições térmicas ambientais cíclicas e distintas, sendo 12 horas de exposição a cada temperatura indicada: (20°/20°C), (25°/20°C), (30°/20°C) e (35°/20°C). Para cada condição térmica estudada, as aves foram alimentadas com quatro níveis de energia metabolizável na ração (2700, 2800, 2900 e 3000 kcal.kg -1 ). Foram avaliados os parâmetros de qualidade de ovo (peso do ovo, espessura e peso da casca, peso do albúmen, peso da gema, índice e porcentagem de gema, porcentagem de albúmen, porcentagem de casca, volume e área do ovo, unidade Haugh e gravidade específica); respostas fisiológicas (temperatura média corporal e de cloaca); peso e tamanho dos órgãos reprodutores (ovário e oviduto); dosagem de hormônio (T3 e T4) e desempenho produtivo (consumo de ração, conversão alimentar por dúzia de ovo, conversão alimentar por massa de ovos, peso corporal, viabilidade e porcentagem de ovos). Para a maioria dos parâmetros analisados, aves expostas a condição térmica de 25/20°C obtiveram ovos de melhor qualidade, quando comparadas àquelas alojadas em condição térmica de 20°/20°C, considerada pela literatura como sendo de conforto. Condição térmica de 30°/20°C e 35°/20°C afetaram negativamente a qualidade dos ovos, temperatura média corporal de galinhas na fase de pico de postura. Resultados semelhantes foram verificados para os valores de temperatura de cloaca. Efeito contrário foi observado para os valores de peso do ovário e concentração de T3, que reduziram, respectivamente, em 18% e 43,8% com o aumento da temperatura de 20°/20°C para 35°/20°C. Com base na forma em que esta investigação foi realizada, pode-se concluir que, nas condições térmicas ambientais de 30°/20°C e 35°/20°C, as aves apresentam redução no metabolismo e perdas que afetam seu desempenho reprodutivo. As condições térmicas ambientais influenciaram o consumo de ração, conversão alimentar, peso corporal, viabilidade e porcentagem de ovos postos, observando redução desses valores com o aumento das condições térmicas de 20°/20°C para 35°/20°C. Os níveis de energia metabolizável na ração influenciaram somente os valores de altura de gema, peso de oviduto, peso corporal e concentração de T3, que foram maiores para o nível de 3000 kcal.kg -1 . Além disso, observou-se que quanto maior o nível de energia metabolizável na ração ingerida pela ave, mais esta fica preparada para expressar seu potencial produtivo. Os diferentes níveis de energia metabolizável na ração não influenciaram na maioria dos parâmetros e performance produtiva estudados. Nesse sentido, pode-se concluir que galinhas poedeiras em fase de pico de postura, expostas a 12 horas continuadas em ambientes a temperaturas superiores a 30°C, apresentam redução no metabolismo e perdas que afetam negativamente o seu desempenho produtivo, independentemente do nível de energia da dieta a que foram submetidas. Diante do apresentado no presente estudo, fica evidente que, tanto a condição térmica de 20°/20°C considerada de conforto pela literatura, quanto a de 25°/20°C, são adequadas para criação de galinhas na fase de pico de postura, considerando-se que, nestas faixas térmicas, ocorreram interferências positivas, tanto no desempenho produtivo, quanto nos parâmetros de qualidade dos ovos. Sendo assim, sugere-se a realização de estudos complementares que considerem outros níveis de energia na dieta associados a ambientes térmicos ainda mais estressantes, visando uma estimativa mais acertada nesse aspecto e, consequentemente mais viáveis economicamente. Palavras-chave: Ambiência. Avicultura de postura. Bem-estar animal. Estresse cíclico. Nutrição. |