Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Coutinho, Aline Cristina |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/11628
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Resumo: |
Esta pesquisa objetivou estudar as práticas educativas que levam a construção do modelo de autogestão e sua relação com a prática efetiva vivenciada pelas associadas da Associação dos Produtores de Agroartesanato de Viçosa (ASSOV) e seus reflexos nos outros espaços da vida cotidiana dessas mulheres. A organização dos agricultores familiares em associações quer seja de produção, comercialização ou de serviços, tende a constituir-se em uma das formas mais viáveis economicamente para manter as pequenas unidades de produção, pois facilita aos agricultores superarem as barreiras da comercialização. As associações autogeridas de produtores rurais buscam potencializar a geração de trabalho e renda em atividades agrícolas e não agrícolas, assim como busca a valorização do trabalho agroartesanal e a equidade de gênero. Nessa perspectiva, o que impulsionou esta pesquisa foi a busca pela compreensão da dinâmica organizacional das associações autogeridas, bem como a identificação de como essa forma de organização do trabalho reflete no âmbito social e doméstico das produtoras rurais, numa tentativa de responder se a experiência de poder e participação que as mulheres vivenciam na associação reverbera na vida social e familiar. Para tanto, no intuito de alcançar os objetivos propostos, foram utilizadas as seguintes técnicas: a Pesquisa Documental, a Entrevista Aberta, a Observação Direta Não Participante e o relato das falas das Assembleias Extraordinárias registradas no Diário de Campo. Em geral, os dados demonstraram que os associados da ASSOV estabelecem a gestão democrática, numa perspectiva proudhoniana, enquanto princípio da autogestão, permitindo a participação igualitária de todos os associados; rompendo com a relação desigual de poder entre os sexos, no processo de gestão da associação. Este exercício de participação, visando uma nova forma de gestão, o incremento da renda pela comercialização dos produtos via associação e a autonomia para a escolha de como usufruir desta renda provocaram um empoderamento das associadas que reverberou em suas relações. Entretanto, não podemos nos esquecer da construção de gênero que caracteriza papeis definidos para homens e mulheres, construídos socialmente e culturalmente e, que vem se perpetuando por longos anos. Desta forma, as ações de mudança dessas relações são pequenas, mas imbuídas de grande significado que visam romper com essa relação desigual que se estabeleceu desde a infância. Contudo, podemos afirmar que a participação das mulheres na ASSOV desencadeia um efeito em suas relações familiares e no modo de vida familiar, a partir da internalização do processo educativo para a autogestão e do incremento da renda própria. |