Alterações da matriz extracelular na pele de cães com leishmaniose visceral naturalmente infectados
Ano de defesa: | 2005 |
---|---|
Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
BR Biotecnologia, diagnóstico e controle de doenças; Epidemiologia e controle de qualidade de prod. de Mestrado em Medicina Veterinária UFV |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://locus.ufv.br/handle/123456789/5008 |
Resumo: | O objetivo deste estudo foi investigar as alterações da matriz extracelular em pele de cães naturalmente infectados por Leishmania chagasi. Foram selecionados 40 cães naturalmente infectados com L. chagasi provenientes de São Luís-MA, agrupados de acordo com a sintomatologia clínica: 20 cães sintomáticos com lesões cutâneas (Grupo I), 20 oligossintomáticos com lesões cutâneas (grupo II) com sorologia positiva para Leishmania pela RIFI e por ELISA e 20 cães sorologicamente negativos para leishmaniose (grupo III), não infectados. Foram realizadas biopsias de pele para análises das alterações histológicas através da técnica de Hematoxilina e Eosina (HE), análises do sistema colágeno pela técnica Picrus Sirius Red e Reticulina de Gordon & Sweets. O sistema elástico foi avaliado pela técnica de Verhoeff. Utililizou-se a Imunoperoxidase Indireta para detecção de Leishmania no tecido cutâneo. As fibras adesivas fibronectina (FN) e laminina (LN) foram detectadas através da técnica de imunohistoquímica com o uso dos anticorpos monoclonais anti-fibronectina e antilaminina, respectivamente. As médias da reatividade sorológica dos animais medida pelo ELISA foram: 0,44 ± 0,21, para o grupo I; 0,23 ± 0,08 para o grupo II e 0,037 ± 0,007, grupo III, com cut-off=0,09, resultados estatisticamente significativos. As maiores freqüências de sinais clínicos apresentados pelos cães do grupo I e II foram: emagrecimento, alopecia generalizada, dermatite furfurácea, úlceras localizadas e generalizadas, pelagem opaca e onicogrifose, sendo que estes sinais clínicos têm sido alvos de grandes discussões na literatura, observados tanto em infecções naturais como em experimentais. As alterações histológicas observadas na pele dos cães dos grupos I e II foram hiperqueratose que variava de acentuada a discreta, acantose geralmente acentuada, vacuolização da camada basal. Na derme observou-se um infiltrado inflamatório difuso constituído principalmente por neutrófilos, linfócitos, macrófagos e em alguns casos, mastócitos associados à presença do parasita. Comprovou-se a predominância do colágeno do tipo III na pele dos cães do grupo I (79,5 ± 10,0), enquanto nos animais do grupo II os colágenos do tipo I e do tipo III foram observados em proporções variáveis, resultados considerados estatisticamente significativos. A presença do colágeno do tipo III foi confirmada pela técnica da Reticulina de Gordon & Sweets. As fibras elásticas dos grupos I e II apresentavam-se mais desuniformes e espessas quando comparadas as do grupo III. A expressão da fibronectina e da laminina foi reduzida na pele dos animais infectados, estando associada à presença de parasitas. Estes resultados demonstram a intensa degradação dos constituintes da MEC da pele causadas por Leishmania. |