Identificação de espécies vegetais componentes da própolis originária de três regiões de Minas Gerais e suas atividades biológicas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2003
Autor(a) principal: Teixeira, Erica Weinstein
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Ciência entomológica; Tecnologia entomológica
Doutorado em Entomologia
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/847
Resumo: O objetivo desse estudo foi identificar as espécies vegetais constituintes da própolis produzida em diferentes localidades do Estado de Minas Gerais, bem como avaliar as atividades antibacteriana, antiviral e antioxidante apresentadas pelos extratos metanólicos de acordo com a sazonalidade da produção. Foram coletadas, mensalmente, durante um ano, amostras de própolis produzidas em três apiários experimentais localizados nos Municípios de Itapecerica, Paula Cândido e Virginópolis, Minas Gerais. Ramos de espécies vegetais que floresciam nos arredores dos apiários foram também coletados e utilizados, tanto na produção de laminário de referência como de exsicatas depositadas em herbário, devidamente registradas para confirmação da identidade taxonômica. Na obtenção do laminário de própolis produzido com amostras coletadas em cada localidade, além de técnica tradicionalmente utilizada, testou-se a viabilidade de identificação de espécies vegetais presentes em amostras de própolis incluídas em metacrilato, por meio de observações microscópicas. Diferenças qualitativas marcantes a favor da técnica de inclusão em metacrilato foram constatadas, permitindo a obtenção de cortes seriados, de espessura conhecida e nitidez nas características anatômicas indicadoras de táxon. O considerável nível de detalhamento proporcionado por essa técnica levou à obtenção de resultados inéditos quanto à origem botânica da própolis, indicando que na região de Itapecerica, embora B. dracunculifolia tenha sido identificada como espécie predominante, constatou-se a presença também de fragmentos de ápices vegetativos de Baccharis calvescens DC. e Baccharis trimera DC. (Asteraceae), além de Myrsine umbellata G. Don (Myrsinaceae). Dois outros tipos de estruturas anatômicas não identificadas foram também detectados. Na própolis de Paula Cândido, houve contribuição relevante de B. dracunculifolia. Tricomas secretores de Myrsine umbellata foram visualizados, além de traqueídeos de gimnosperma. Na região de Virginópolis, a própolis constitui- se, principalmente, de secreções vegetais que estão exsudando em espécies locais, além de constituintes advindos de estruturas secretoras de B. dracunculiflia. Vernonia polyanthes Less. (Asteraceae) também participa da composição da própolis produzida nessa região. B. calvescens, além de três outros tipos morfológicos, foram também visualizados. Os resultados mostraram-se promissores quanto à possibilidade de utilização da própolis cuja principal fonte vegetal seja B. dracunculifolia, como agente antioxidante e atibacteriano (para S. aureus). A associação de elevado teor de triterpenóides e de alguns compostos fenólicos em amostras de própolis pode garantir atividade anti-BHV-1 e anti-PRV. Pôde-se constatar ainda que a sazonalidade é um fator determinante na atividade biológica da própolis. Amostras de própolis com conteúdo semelhante de substâncias fenólicas apresentaram atividades biológicas diferenciadas, sugerindo a presença de certos compostos ativos em concentrações diferentes entre as amostras. Amostras de própolis de origem botânica e perfis químicos semelhantes podem apresentar diferenças quanto à eficiência na inibição da multiplicação de S. aureus. Ademais, bactérias de uma mesma espécie podem apresentar sensibilidades diferentes a um mesmo extrato de própolis. Embora amostras de própolis com teor mais elevado de substâncias fenólicas sejam mais eficientes na inibição de S. aureus, os resultados sugeriram possível sinergismo desses compostos com triterpenos. Própolis cujas características organolépticas não se ajustam às exigidas pelo mercado podem apresentar atividades biológicas importantes.