Anatomia foliar de Chamaecrista Moench. (Leguminosae-Caesalpinioideae) como subdídio à taxonomia e à filogenia
Ano de defesa: | 2010 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso embargado |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
BR Botânica estrutural; Ecologia e Sistemática Doutorado em Botânica UFV |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://locus.ufv.br/handle/123456789/379 |
Resumo: | Chamaecrista (ca. 330 espécies) é um dos maiores gêneros de Caesalpinioideae-Leguminosae, com centro de diversidade na região leste e centro-oeste do Brasil. Tradicionalmente o gênero é dividido em seis seções: Apoucouita, Absus, Grimaldia, Chamaecrista, Caliciopsis e Xerocalyx, sendo Absus a maior seção com ca. 170 espécies. Esta seção é dividida em 4 subseções: Adenophyllum, Baseophyllum, Otophyllum e Absus, sendo a última a maior com cerca de 160 espécies divididas em 31 séries, pouco sustentada com base nos caracteres morfológicos. Estudos moleculares suportam a monofilia para Chamaecrista, todavia as seções são parafiléticas. Atualmente na busca por ferramentas complementares à filogenia molecular, os estudos anatômicos tem-se mostrado promissores auxiliando na taxonomia e filogenia. O presente estudo teve como objetivo caracterizar anatomicamente as folhas de 55 espécies de Chamaecrista e avaliar a importância destes caracteres como subsídio a taxonomia e filogenia do gênero. Objetivou-se ainda caracterizar a morfoanatomia e o desenvolvimento dos nectários extraflorais de Chamaecrista desvauxii var. langsdorfii e Ch. debilis, bem como, detectar a presença de glicose no exsudado. Para caracterização estrutural as amostras foram processadas conforme metodologia usual em anatomia vegetal. Para descrição dos estádios de desenvolvimento dos nectários extraflorais amostras de pecíolo em diferentes fases de desenvolvimento foram selecionadas. Métodos estatísticos multivariados como análises de componentes principais (PCA) e de agrupamento (cluster análises) foram aplicadas na interpretação dos caracteres anatômicos. Análise de máxima parcimônia com base nos caracteres anatômicos foram conduzidas para 24 das 55 espécies estudadas sendo que tais espécies já haviam sido incluídas em estudos anteriores de filogenia molecular. Os clados obtidos com base nos caracteres anatômicos foram comparados aos obtidos na filogenia molecular. Caracteres xeromórficos como isobilateralidade, mesofilo compacto, presença de indumento, intensa vascularização, tecido de sustentação abundante e parede periclinal externa das células epidérmicas espessadas são comuns entre as Chamaecrista diferindo em quantidade e distribuição entre as espécies. Todas essas características representam adaptações das espécies ao ambiente de campo rupestre. A análise fenética corrobora em parte a classificação para o gênero Chamaecrista, principalmente ao nível de seção e subseções. Os caracteres anatômicos que se destacaram na delimitação dos subgrupos foram: distribuição dos tricomas secretores, diâmetro da cabeça secretora do tricoma, morfologia da nervura mediana, células mucilaginosas, distribuição dos tricomas tectores, distribuição dos estômatos, presença e tipo de estruturas secretoras e padrão de venação. Os resultados obtidos confirmam a filogenia molecular que sugere a elevação do status taxonômico da subseção Baseophyllum à seção Baseophyllum e a inserção da seção Grimaldia na seção Absus. Os dados anatômicos mostram também que a classificação em séries da subseção Absus é artificial e destaca que são necessários estudos adicionais, aliando pesquisas taxonômicas e filogenéticas, morfológicas ou moleculares, para melhor delimitação e compreensão das relações ao nível infragenérico. As estruturas secretoras peciolares de Ch. desvauxii var. langsdorfii e de Ch. debilis são nectários extraflorais como demonstrado pela estrutura anatômica, pela presença de glicose na secreção e pela constatação histoquímica da presença de carboidratos nas células secretoras. Os NEFs de ambas as espécies apresentam epiderme unisseriada e três regiões internas: porção secretora subepidérmica; vascularização constituída por floema e xilema e região parenquimática ao redor da vascularização. Os NEFs originam- se da atividade da protoderme, do meristema fundamental e do procâmbio, e entram em atividade secretora precocemente, antes da completa expansão da folha. O início do desenvolvimento é marcado pelo aumento do volume das células protodérmicas e por intensa atividade mitótica da protoderme e do meristema fundamental subjacente. Estruturalmente os NEFs de ambas as espécies se assemelham ao descrito na literatura para outras espécies de Caesalpinioideae. A descrição do desenvolvimento de nectários para o gênero Chamaecrista é inédita e os resultados obtidos constituem-se em importante informação para trabalhos de taxonomia em Chamaecrista. |