Estrutura populacional e distribuição de um grupo isolado de muriqui-do-norte (Brachyteles hypoxanthus Wied, 1820) em uma área de mata em Peçanha, Minas Gerais, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Soares, Jade Cristine
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Biologia Animal
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://locus.ufv.br/handle/123456789/33734
https://doi.org/10.47328/ufvbbt.2025.077
Resumo: O muriqui-do-norte (Brachyteles hypoxanthus Wied, 1820), maior primata das Américas e endêmico da Mata Atlântica é classificado como “Criticamente em Perigo”, tendo apenas cerca de 1000 indivíduos distribuídos em populações isoladas. Para a conservação da espécie, é crucial monitorar e estudar essas populações restantes regularmente. Com isso, o presente trabalho iniciou um monitoramento sistematizado da estrutura populacional, junto de análises de sensoriamento remoto, para desenvolver estratégias de conservação de um grupo isolado de muriqui-do-norte no interior do estado de Minas Gerais. Portanto, essa dissertação foi dividida em dois capítulos no formato de artigos científicos. No primeiro capítulo, foi iniciado o monitoramento da população de muriquis da cidade de Peçanha, Minas Gerais, que não era estudada desde 2002, com o objetivo de analisar sua estrutura atual. Entre 2023 e 2024, o grupo composto por 16 indivíduos apresentou uma densidade de 0,02 muriqui/ha e uma razão sexual com viés feminino. Três fêmeas se encontram na idade de dispersão e podem enfrentar dificuldades para migração, dado o isolamento da área, aumentando o risco de endogamia no grupo. O fragmento apesar de ser maior que outros onde ocorreram extinções locais de muriqui-do-norte, ainda sofre ameaças de desmatamento e incêndios, além de também serem suscetíveis a efeitos das mudanças climáticas e incidência de zoonoses como a febre amarela. Para garantir a manutenção dessa população, sugere-se o monitoramento contínuo da qualidade do habitat e a possibilidade do intercâmbio de fêmeas para aumentar a variabilidade genética. No segundo capítulo, utilizou um Modelo de Distribuição de Espécies (SDM) para prever as áreas com maior probabilidade de ocorrência do muriqui-do-norte no fragmento de Peçanha. Foram integrados dados de sensoriamento remoto extraídos dos satélites Sentinel-1 e Sentinel-2 e métricas topográficas de Modelos Digitais de Elevação. Pontos de ocorrência foram coletados a partir de varredura em grupo, monitoramento aéreo e cameras-trap. Trinta e duas variáveis ambientais foram analisadas como potenciais preditoras da presença da espécie. Dados espectrais em conjunto com dados de radar e de relevo, revelaram um modelo de predição de ocorrência influenciado por altitudes elevadas, relevos com vales e depressões e regiões com maior densidade de vegetação. Essas técnicas podem apoiar futuras intervenções de manejo voltadas à conservação do muriqui-do-norte na área, possíveis de serem adaptadas para outras regiões e espécies de primatas. Palavras-chave: monitoramento de primatas; sensoriamento remoto; conservação; dados de satélite; mata atlântica