Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2014 |
Autor(a) principal: |
Souza, Maria Eunice Paula de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/6813
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Resumo: |
A melhoria no manejo dos estercos é necessária para potencializar a ciclagem de nutrientes nos agroecossistemas dos agricultores familiares, o que pode ser feito utilizando a vermicompostagem. Apesar das vantagens da vermicompostagem, esta é pouco utilizada pelos agricultores, por acreditarem que seja uma técnica cara e complexa e por não terem acesso às minhocas. No processo da vermicompostagem ocorre a transformação dos estercos dos animais em vermicomposto pelas minhocas e a microflora que vive em seu trato digestivo, melhorando com isto a qualidade da matéria orgânica e aumentando a disponibilização dos nutrientes presentes nos estercos. Outras vantagens da vermicompostagem são a redução da mão de obra durante o processo em comparação à técnica convencional da compostagem, o baixo custo e à facilidade de construção do minhocário. Os teores de nutrientes no vermicomposto podem ser aumentados com a adição de pós de rocha. Entretanto, algumas rochas são ricas em metais pesados, o que poderia inviabilizar o seu uso na agricultura caso os metais pesados não sejam complexados durante o processo de vermicompostagem, tornando-os indisponíveis para as plantas. Os objetivos deste trabalho foram avaliar a percepção e as dificuldades de agricultores familiares quanto à produção de vermicompostos; avaliar o potencial das minhocas em imobilizar metais pesados presentes em pós de gnaisse e esteatito adicionados ao esterco durante o processo de vemicompostagem; avaliar a disponibilização, ou não, destes metais pesados para as plantas após o processo de vermicompostagem; e com isso, avaliar o efeito da adição de pós de rochas vermicompostadas no crescimento e reprodução da minhoca Vermelha da Califórnia (Eisenia andrei) e no crescimento de plantas e; avaliar a disponibilização de elementos do pó de gnaisse pelo processo de vermicompostagem. No primeiro capítulo treze minhocários do tipo Campeiro foram construídos coletivamente em diferentes localidades, da mesorregião da Zona da Mata mineira. Para avaliar e monitorar os minhocários foram realizados duas visitas em cada local de construção além de outros meios de comunicação. A partir dessa avaliação foram, também, sanadas as dúvidas e encaminhadas às demandas. No segundo capítulo, em condição de laboratório, foi avaliada a disponibilização dos metais pesados presentes nos pós de gnaisse e esteatito após o processo de vermicompostagem e, seu efeito no desenvolvimento das minhocas da espécie E. andrei na presença do vermicomposto com ou sem pós de rochas. A produção de vermicomposto foi realizada em frascos plásticos, esterco bovino semicurtido, uma dose de pós de gnaisse e esteatito (12%), com seis repetições, em delineamento inteiramente casualizado. Realizou-se ainda em casa de vegetação um ensaio agronômico com a cultura do milho, fertilizada com vermicompostos enriquecidos com pó de gnaisse, com pó de esteatito e sem enriquecimento com pó de rocha (controle), em delineamento inteiramente casualizado, com seis repetições. Por último, a capacidade de solubilização de minerais durante o processo de vermicompostagem foi avaliada pelo crescimento e nutrição de plantas de milho em experimento de campo. Na obtenção dos vermicomposto foi utilizado esterco bovino, uma dose de pós de gnaisse. Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância, sendo as médias seguidas pelo teste de Student-Newman-Keuls a 5 % de probabilidade. No primeiro capítulo mostrou-se que apesar de compreender a importância das minhocas para a qualidade do solo, a maioria dos agricultores não conhecia um minhocário. Os agricultores e estudantes relataram que não tiveram dificuldades no manejo do minhocário. Os ataques de formigas e sanguessugas foram os maiores problemas encontrados por algumas famílias. Os resultados do segundo capítulo mostraram que o peso seco das minhocas e o desenvolvimento das plantas foram superiores no tratamento enriquecido com pó de gnaisse. Elevadas concentração de Ni e Cr foram detectados em concentrações nas plantas cultivadas em solo fertilizado com vermicomposto enriquecido com pó de esteatito. Em todos os tratamentos, as concentrações de metais presentes no solo pós-cultivo foram baixas. Em campo, os resultados mostraram que a massa seca da parte aérea do milho foi superior no tratamento fertilizado com vermicomposto enriquecido com pó de gnaisse. As concentrações de K, Ca, Mg, Mn, Ni, Cr e Pb na massa seca da parte aérea do milho foram maiores nos tratamentos fertilizados com vermicompostos enriquecido com pó de gnaisse. No solo, as concentrações de P, K, Ca, e o pH foram superiores no tratamento enriquecido com pó de gnaisse. As concentrações dos metais pesado, não foram alteradas pelos vermicompostos no solo. A partir do conhecimento da técnica, o minhocário tem sido utilizado pelos os agricultores e estudantes e estes tem divulgado a técnica para os seus familiares, vizinhos e outros estudantes. O pó de gnaisse vermicompostado possui potencial de utilização na agricultura, enquanto fonte de nutrientes e promotores de melhorias em características químicas do solo, pois eleva os teores disponíveis de P e K após sua aplicação no solo. Não foi detectado resíduo de metais pesados no solo após a realização do experimento com pó de gnaisse. A recomendação do uso de pó de esteatito na agricultura deve ser vista com mais cuidado, devido aos teores de metais pesados presentes na rocha. |