Desenvolvimento e técnicas de criação de Palmistichus elaeisis (Hymenoptera: Eulophidae) em hospedeiros natural e alternativo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: Pereira, Fabrício Fagundes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Ciência entomológica; Tecnologia entomológica
Doutorado em Entomologia
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/946
Resumo: Esta pesquisa foi conduzida no Laboratório de Controle Biológico de Insetos, do Departamento de Biologia Animal da Universidade Federal de Viçosa (UFV), em Viçosa, Minas Gerais. Objetivou-se avaliar a viabilidade de pupas de Bombyx mori L., 1758 (Lep.: Bombycidae) como hospedeiro alternativo do parasitóide Palmistichus elaeisis Delvare & LaSalle, 1993 (Hym.: Eulophidae) visando otimizar sua produção em laboratório para o controle da lagarta-parda do eucalipto, Thyrinteina arnobia (Stoll, 1782) (Lep.: Geometridae). Inicialmente, foi determinada a densidade ideal de fêmeas de P. elaeisis por pupa de B. mori. Pupas desse hospedeiro foram expostas ao parasitismo por fêmeas de P. elaeisis nas densidades de 1:1, 9:1, 18:1, 27:1, 36:1, 45:1 ou 54:1, parasitóidehospedeiro, respectivamente. Observou-se 72,72% de pupas parasitadas na densidade de 1:1 e 100% nas demais. Adultos de P. elaeisis não emergiram nas densidades de 1:1 e 9:1, tendo-se observado 100 e 54,54% de emergência de P. elaeisis de pupas de B. mori, nas densidades de 45:1 e 54:1, respectivamente. A duração do ciclo (ovo-adulto) desse parasitóide variou de 20 a 28 dias, sendo inversamente proporcional ao aumento da densidade desse parasitóide. A progênie de P. elaeisis, nas densidades de 18:1 a 45:1, variou de 49 a 589 descendentes por pupa de B. mori. Esse parasitóide apresentou o menor número de imaturos mortos na densidade de 45:1. A razão sexual de P. elaeisis variou de 0,93 ± 0,01 a 0,97 ± 0,01, sem diferenças nas densidades de 18:1, 27:1, 36:1, 45:1 e 54:1, parasitóide-hospedeiro. O comprimento do corpo de fêmeas e machos de P. elaeisis variou de 1,67 ± 0,04 a 1,89 ± 0,02 mm e de 1,34 ± 0,01 a 1,54 ± 0,03 mm, respectivamente. Esse parasitóide deve ser criado na densidade de 45 fêmeas por pupa de B. mori. No segundo estudo, avaliou-se o efeito da idade de fêmeas de P. elaeisis e de pupas do hospedeiro B. mori nas características biológicas desse parasitóide. Pupas desse hospedeiro com 24, 48, 72 ou 96 horas de idade foram expostas ao parasitismo por fêmeas de P. elaeisis com 24, 48, 72 ou 96 horas de idade, respectivamente. A duração do ciclo de vida de P. elaeisis em pupas de B. mori com 24, 48, 72 ou 96 horas de idade e parasitadas por fêmeas desse parasitóide com 24, 48, 72 ou 96 horas variou de 21 a 38, 22 a 31, 21 a 28 e 21 a 26 dias, respectivamente. O parasitismo das pupas de B. mori foi de 100% com maiores porcentagens de indivíduos emergidos e razão sexual de P. elaeisis em fêmeas desse parasitóide com 72 a 96 horas em pupas de B. mori com 48 a 72 horas de idade. No terceiro estudo, avaliou-se a influência do armazenamento de pupas de B. mori, em baixa temperatura, na progênie de P. elaeisis. Pupas de B. mori, com 48 a 72 horas de idade, foram armazenadas a 10 ºC por cinco, 10, 15 ou 20 dias e, posteriormente, expostas ao parasitismo por fêmeas de P. elaeisis. A duração do ciclo de vida de P. elaeisis foi menor (19 e 20 dias) em pupas de B. mori com 15 dias de armazenamento. O parasitismo de P. elaeisis atingiu 100% de pupas de B. mori após o armazenamento a 10 ºC em todos os períodos, com emergência de 78 a 100% desse parasitóide. A progênie de P. elaeisis foi maior (728 a 1.414 indivíduos) por pupa de B. mori armazenada por 15 dias a 10 ºC. A razão sexual e a longevidade desse parasitóide foram de 0,92 a 0,98 e de três a 35 dias, respectivamente, em pupas de B. mori com diferentes períodos de armazenamento. Pupas de B. mori podem ser armazenadas a 10ºC, por até 15 dias, e serem utilizadas em criações de P. elaeisis. No último estudo, selecionouse o hospedeiro alternativo mais adequado para a criação massal de P. elaeisis e avaliou-se o seu desempenho reprodutivo sobre o hospedeiro natural T. arnobia. Pupas de Anticarsia gemmatalis Hubner, 1818 (Lep.: Noctuidae) e B. mori foram expostas ao parasitismo por fêmeas de P. elaeisis. A duração do ciclo de vida de P. elaeisis foi de 21,60 ± 0,16 e 24,15 ± 0,65 dias em pupas de A. gemmatalis e B. mori, respectivamente, com 100% de parasitismo das pupas e 71,42 e 100% de emergência desse parasitóide do primeiro e segundo hospedeiros, respectivamente. A progênie de P. elaeisis foi de 511,00 ± 49,70 e 110,20 ± 19,37 em pupas de B. mori e A. gemmatalis, respectivamente. A maior progênie por fêmea de P. elaeisis foi obtida em pupas de A. gemmatalis com 17,68 ± 3,15 descendentes. A longevidade de fêmeas e machos de P. elaeisis emergidos de pupas de B. mori e de A. gemmatalis foi de 17,55 ± 1,84 e de 14,63 ± 0,78 e de 16,40 ± 2,26 e 13,70 ± 1,50 dias, respectivamente. A razão sexual de P. elaeisis foi maior em pupas de A. gemmatalis com valor de 0,96 ± 0,01. O desempenho reprodutivo de P. elaeisis em pupas de T. arnobia (parasitismo, emergência, progênie por pupa, tamanho do corpo e largura da cápsula cefálica de fêmeas e machos, longevidade de fêmeas e de machos e razão sexual) não foi comprometido após esse parasitóide ter sido criado por seis gerações em pupas de A. gemmatalis ou B. mori. Portanto, esses hospedeiros podem ser utilizados para a criação de P. elaeisis, mas pupas de B. mori são mais adequadas por apresentar maior quantidade de parasitóides e com maior tamanho. As técnicas desenvolvidas mostraram-se apropriadas para a criação de P. elaeisis em laboratório. Esses conhecimentos poderão aumentar as possibilidades de sucesso desse inimigo natural em programas de controle biológico de lepidópteros desfolhadores de eucalipto, principalmente de T. arnobia.