Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Santos, Juliana Pereira
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Orientador(a): |
Pereira, Fabricio Fagundes
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Banca de defesa: |
Silva, Rosilda Mara Mussury Franco
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Cardoso, Carlos Reinier Garcia
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Thuler, Robson Thomaz
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Pastor, Patrick Luiz
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Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal da Grande Dourados
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de pós-graduação em Entomologia e Conservação da Biodiversidade
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Departamento: |
Faculdade de Ciências Biológicas e Ambientais
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/handle/prefix/5632
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Resumo: |
Espécies de lepidópteros têm ocasionado danos econômicos significativos em plantios de eucalipto. Trichogramma bruni, Trichogramma pretiosum, Tetrastichus howardi, Trichospilus diatraeae, Palmistichus elaeisis são parasitoides de lepidópteros, que apresentam potencial para serem utilizados no controle biológico dessas pragas. A pesquisa foi dividida em três capítulos, cujo objetivos foram: comparar o desenvolvimento de T. bruni e de T. pretiosum em ovos de Chrysodeixis includens e Iridopsis panopla; estimar a capacidade de dispersão horizontal de T. bruni em povoamentos de eucalipto e sua capacidade de parasitismo em ovos de I. panopla em campo; bem como determinar a densidade ideal a ser liberada por hectare de T. howardi, T. diatraeae, P. elaeisis e conhecer a sua efetividade no controle populacional de Thyrinteina arnobia em povoamento de eucalipto. Os experimentos do desenvolvimento de T. bruni e T. pretiosum foram conduzidos no Laboratório de Controle Biológico de Insetos (LECOBIOL) e os demais foram realizadas em plantios comerciais de eucalipto de silvicultores associados a Associação Sul-Mato-Grossense de produtores e consumidores de florestas plantadas (REFLORE-MS), no Estado de Mato Grosso do Sul. No capítulo 1 o delineamento foi ao acoso em esquema fatorial 2x2, consistindo em duas espécies de parasitoides (T. bruni e T. pretiosum) e duas espécies de hospedeiros (C. includens e I. panopla). Foram avaliados: Parasitismo (%), duração do ciclo ovo/adulto, razão sexual, número de indivíduos por ovo, viabilidade do parasitismo e longevidade dos adultos. Os dados das características biológicas foram submetidos a análise de variância, (ANOVA, teste F) até 5% de probabilidade de erro, e a comparação das médias foi realizada pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Para o capítulo 2, o delineamento experimental foi em blocos ao acaso, contendo uma área testemunha (sem liberação de parasitoides) e cinco tratamentos (raios de 5, 10, 15, 20 e 25 metros de circunferência com liberação de 5.000 parasitoides no centro de cada círculo). Foram distribuídos de forma intercalada na circunferência de cada raio, cartelas contendo os ovos inviabilizados de Ephestia kuehniella e armadilhas adesivas amarelas. Após 48 horas no campo, todo material foi recolhido e encaminhado ao laboratório para verificar a dispersão média de T. bruni por raio. Para verificar o parasitismo de T. bruni em ovos de I. panopla, foram liberados em campo 30.000 adultos recém-emergidos, em oito pontos por hectare, em um plantio comercial de Eucalyptus urograndis com 3,5 anos de idade. Uma área de um hectare sem liberação foi utilizada para avaliar o parasitismo natural. Após nove dias, ovos de I. panopla foram coletados nos troncos de 10 árvores de eucalipto aleatoriamente, nas áreas com e sem liberação e levados ao laboratório para observação dos ovos parasitados, e possível emergência de lagartas ou de parasitoides. Foi avaliado a porcentagem de parasitismo e de emergência. O capítulo 3 aborda experimentos conduzidos em plantios comerciais de eucalipto, contendo cinco tratamentos (Testemunha: área sem liberação (T1) e 4 densidades de parasitoides - para T. howardi e T. diatraeae foram de 30 (T2); 60 (T3); 120 (T4) e 430 fêmeas (T5) da espécie por pupa e para P. elaeisis foi de 20 (T2); 40 (T3); 80 (T4) e 160 fêmeas (T5) da espécie por pupa) e quatro repetições. Cada bloco continha oito unidades de parasitismo com 2 pupas de D. saccharalis em cada. As fêmeas dos parasitoides com 24 a 48 horas de idade foram liberadas no ponto central das parcelas. O parasitismo foi permitido por 48 horas e posteriormente as pupas foram retiradas, identificadas e levadas para o laboratório para verificar se havia ocorrência ou não de parasitismo. Para avaliar a efetividade da liberação desses eulofídeos em área com infestação de T. arnobia, foram selecionadas áreas distintas para cada espécie, e realizados dois tratamentos (tratamento 1: aproximadamente 1.200 fêmeas adultas em 4 pontos/hectare, sendo em média 300 fêmeas adultas por ponto de liberação e tratamento 2: Controle. Área sem liberação) em blocos ao acaso, com quatro repetições para cada. Os parasitoides foram liberados antes da emergência em pupas de D. saccharalis, que foram colocadas no interior de sacos de papel kraft SOS à 1,5 m do solo. As avaliações foram realizadas aos 15, 30, e 45 dias após a liberação, 2 observando o número de lagartas por 100 folhas, número de pupas, número de pupas parasitadas, número de adultos do inseto-praga e índice de desfolha. Como resultado, comprovou-se que T. bruni e T. pretiosum conseguem parasitar e se desenvolver em ovos de I. panopla e C. includens. Em I. panopla, o parasitismo foi alto para ambas as espécies, com uma porcentagem média de 85,33% para T. bruni e 82,66% para T. pretiosum. T. bruni teve melhor desenvolvimento em C. includens comparado ao T. pretiosum, apresentando maior porcentagem de parasitismo (53,66% e 40,33%, respectivamente), duração do ciclo de vida (11,0±0,0 dias e 10,00±0,00 dias, respectivamente), número de ovos parasitados (10,73±0,62 ovos e 8,06±0,62 ovos, respectivamente), e longevidade do macho (7,20±0,50 dias e 6,5±0,50 dias respectivamente). A distância média de dispersão de T. bruni nos tratamentos foi de 4,93 m, com uma área de distribuição média na cultura de eucalipto de 110,27 m², sendo verificada a presença de adultos em todos os tratamentos e raios de dispersão avaliados, com maior frequência nos raios de 25 m de diâmetro. O parasitismo de T. bruni sobre I. panopla foi de 21,64%, com emergência em 100% dos ovos. Para os eulofídeos, o parasitismo encontrado em pupas sentinelas de D. saccharalis para densidades das espécies liberadas foi semelhante entre os tratamentos T2 e T5 (T. diatraeae: 19,69% e 24,17% respectivamente; T. howardi: 42,7±1,04% média geral e P. elaeisis: 27,7±16,6 % média geral). O parasitismo em pupas de T. arnobia encontrados aos 15 dias foram: 24,30 % para T. diatraeae, 12,30 % para T. howardi e 12,53 % para P. elaeisis, diferindo das áreas testemunhas. Aos 30 dias não foi verificado infestação de T. arnobia nas áreas com liberação de T. howardi e T. diatraeae, e ocorreu redução populacional desta praga na área com liberação de P. elaeisis. Aos 45 dias a população de T. arnobia foi praticamente igual a zero nos três experimentos. Esses resultados indicam que tanto T. bruni quanto T. pretiosum são capazes de parasitar e se desenvolver em ovos de I. panopla e C. includens, com algumas diferenças no desempenho entre as espécies. Essas informações são relevantes para o desenvolvimento de programas de controle biológico de I. panopla em plantios comerciais de eucalipto, tanto em ambientes agrícolas como florestais. Este é o primeiro registro de desenvolvimento de T. bruni no hospedeiro I. panopla em condições de laboratório. Foi possível constatar que T. bruni consegue se dispersar por aproximadamente 25 metros, bem como encontrar, parasitar e se desenvolver em ovos de I. panopla em plantios de eucalipto. A densidade de 1.200 indivíduos por hectare de T. diatraeae, T. howardi e P. elaeisis são indicadas para liberação em plantios com eucalipto que apresentem infestação de 5 a 10 % de desfolha, 1 a 5 lagartas/100 folhas, sendo suficiente para reduzir a população de T. arnobia. Os resultados desta pesquisa oferecem subsídios para a utilização de T. bruni, T. pretiosum, T. diatraeae, T. howardi e P. elaeisis em programas de controle biológico, em florestas de eucalipto. |