Anatomia foliar de espécies de Chamaecrista Moench. (Leguminosae/Caesalpinioideae) ocorrentes em campo rupestre
Ano de defesa: | 2006 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
BR Botânica estrutural; Ecologia e Sistemática Mestrado em Botânica UFV |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://locus.ufv.br/handle/123456789/2528 |
Resumo: | A flora do Estado de Minas Gerais se destaca por apresentar diferentes biomas, mas pouco se conhece sobre a diversidade de espécies, dentre as quais algumas secretam compostos naturais de reconhecida atividade biológica. São muitas as espécies de reconhecido interesse econômico na família Leguminosae e, nos campos rupestres de Minas Gerais, esta contabiliza 28 das 351 espécies incluídas na lista vermelha das espécies ameaçadas de extinção. O presente trabalho visa descrever e comparar anatomicamente as folhas das espécies pertencentes ao gênero Chamaecrista (Leguminosae/ Caesalpinioideae) ocorrentes em áreas de campos rupestres no Parque Estadual do Itacolomi (Ouro Preto/MG), conforme levantamento florístico da família Leguminosae realizado na área; avaliar como os parâmetros anatômicos podem contribuir para a compreensão das estratégias adaptativas das espécies; identificar caracteres anatômicos de valor taxonômico para o gênero e caracterizar, anatômica e histoquimicamente, as estruturas secretoras encontradas. Ramos de Chamaecrista dentata, C. desvau var. langsdorfii, C. hedysaroides, C. mucronata, C. trichopoda foram coletados e fixados para a caracterização estrutural, sendo o material testemunho depositado no Herbário VIC/UFV. Utilizou-se material herborizado para as espécies C. rotundata e C. rotundifolia. Foi utilizada metodologia usual para realização dos procedimentos de diafanização, dissociação e inclusão em metacrilato. Foram obtidos cortes transversais e longitudinais com 6μm de espessura dos folíolos de todas as espécies estudadas. Amostras de folíolos e pecíolos das sete espécies foram selecionadas e preparadas para observação em microscopia eletrônica de varredura segundo metodologia usual. Testes histoquímicos em amostras fixadas ou amostras frescas coletadas em campo foram realizados para a detecção das principais classes de metabólitos secundários, conforme os protocolos recomendados. Caracteres xeromórficos foram observados nas sete espécies de Chamaecrista estudadas, contudo diferiram tanto na quantidade, quanto na distribuição das mesmas entre as espécies. Dentre essas características podemos citar: isobilateralidade, mesofilo compacto, presença de indumento, vascularização e tecido de sustentação abundantes, paredes das células epidérmicas espessadas, cutícula espessa, dentre outras. Todas essas características contribuem para a adaptação das espécies de Chamaecrista às condições adversas dos campos rupestres. Foram considerados de valor diagnóstico: isobilateralidade de C. dentata; presença de células volumosas em C. mucronata; idioblastos na medula peciolar de C. rotundata; fibras que envolvem a nervura mediana de C. trichopoda extendidas além da margem apical do folíolo formando um ápice acuminado; traqueídes alargados em C. dentata e C. hedysaroides e o padrão de disposição dos feixes vasculares no pecíolo das sete espécies. Esses resultados são inéditos para a família e poderão contribuir na delimitação das espécies de Chamaecrista. As glândulas de C. dentata são discóides com células isodiamétricas de paredes finas e citoplasma denso. Possui um pedúnculo curto e cutícula espessa recobrindo toda a estrutura. Na porção central do ápice da glândula uma única célula se projeta para o exterior, assumindo o formato de um tricoma tector, que aparentemente se constitui no local de eliminação da secreção. Morfologicamente as glândulas de C. dentata são semelhantes, independentemente do órgão ou verticilo floral avaliado. Os testes histoquímicos demonstraram que a secreção é de natureza lipofílica (reação positiva ao sudan IV), especificamente lipídios neutros (azul do nilo) e terpenos do tipo óleos essenciais (reagente de nadi). Ecologicamente a glândula pode atuar nas estratégias adaptativas da planta, auxiliando na redução da perda excessiva de água na transpiração, uma vez que a secreção é de natureza lipídica e se deposita por toda a superfície externa. |