Questões socioambientais e o viver na cidade de Viçosa MG: Uma análise a partir da percepção de seus moradores
Ano de defesa: | 2012 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
BR Economia familiar; Estudo da família; Teoria econômica e Educação do consumidor Mestrado em Economia Doméstica UFV |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://locus.ufv.br/handle/123456789/3366 |
Resumo: | Este trabalho focalizou o viver na cidade de Viçosa, MG, a partir da percepção de seus moradores, tendo como referência seus problemas socioambientais, e se apoiou em discussões teóricas sobre a sustentabilidade urbana e a nova ética ambiental. O objetivo do trabalho foi identificar as possibilidades e, ou, os limites para se pensar na construção da sustentabilidade urbana e da nova ética ambiental. A pesquisa de natureza qualitativa se orientou pelas seguintes fontes: dados secundários; documentação fotográfica; entrevistas; atas das reuniões da Câmara Municipal de Viçosa, entre os anos de 2001 e 2010; jornal do município entre os anos de 2001 e 2011. As fontes consultadas permitiram compreender que o processo de reprodução do espaço urbano de Viçosa teve como principal mola propulsora a instalação da ESAV em 1922 atual UFV já que este elemento atraiu pessoas para trabalhar e estudar na instituição. Esse processo ocorreu de forma acelerada e sem planejamento. A partir das análises das imagens foi possível conhecer algumas marcas que ficaram na paisagem urbana em consequência de eventos que ali aconteceram. Diferentes mudanças foram provocadas pelos principais agentes da cidade: pelo poder político local, pelos agentes imobiliários, pelas entidades federais, pela população flutuante e pelos residentes fixos. Essas ações tiveram consequências para a cidade, como os problemas socioambientais que se materializam na paisagem e geraram problemas para a população residente. Problemas, como construções ilegais (áreas de proteção permanente); poluição do ribeirão São Bartolomeu; verticalização; trânsito; poluição sonora e visual; lixo nas vias públicas; e calçadas e vias mal pavimentadas, são exemplos. De modo geral, os dados encontrados no jornal Folha da Mata e na Câmara Municipal são bastante parecidos. Nessas fontes, os moradores se referem, sobretudo, à infraestrutura da cidade, muitas vezes apresentando pedidos de melhorias para problemas que estão em sua rua ou em seu bairro, apesar de serem identificados em toda a cidade. Porém, ainda que timidamente, as manifestações de moradores sinalizaram para uma visão mais crítica da realidade. No que se refere às entrevistas, observou-se que a maioria dos entrevistados percebe os problemas de Viçosa, assim como a interferência dos mesmos no viver. Além disso, a maior parte dos entrevistados não se percebe como corresponsáveis e coparticipantes do processo de geração dos problemas, atribuindo tanto as causas como o poder de solucionar esses problemas ao poder público e à UFV. Apesar disso, foram identificadas percepções que sinalizam possibilidades de se pensar em mudanças, como a valorização atribuída à participação popular no processo de mudanças, e na tomada de pequenas atitudes sustentáveis, demonstrada por diferentes entrevistados. Mesmo que seja impossível generalizar, essas manifestações, ainda que pontuais, representam uma semente na possibilidade de se pensar na construção da sustentabilidade urbana. Os limites estão relacionados à postura de moradores que não se veem como coparticipantes nesse processo de geração e, ou, na solução de problemas. Contudo, se o trabalho focaliza a percepção dos moradores em relação ao viver na cidade de Viçosa, tendo como referência as questões socioambientais que nela se apresentam, há que se considerar que esses atores são apenas parte da trama que envolve outros atores: os agentes da especulação imobiliária; o Estado, representado pelo poder público local e também a UFV, que apesar de projetar a cidade no cenário nacional, é também responsável pelos problemas na cidade, sendo, portanto, partes do processo. |