Análise da aceitabilidade, consumo da alimentação escolar e estado nutricional de escolares no município de Viçosa, MG

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Viana, Nataly Lopes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Valor nutricional de alimentos e de dietas; Nutrição nas enfermidades agudas e crônicas não transmis
Mestrado em Ciência da Nutrição
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/2806
Resumo: Para referir-se ao direito humano à alimentação adequada, é essencial a compreensão do termo segurança alimentar e nutricional sustentável , pois, para que o ser humano goze desse seu direito, é indispensável encontrar-se em um estado de segurança alimentar e nutricional de maneira estável com respeito ao meio ambiente e, principalmente, em termos econômicos e sociais que assegurem o acesso à alimentação de qualidade, sem prejuízo do exercício de outros direitos. Nesta perspectiva, o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) do Governo Federal deve ser ressaltado, já que constitui uma forma de política pública criteriosa em relação à alimentação de alunos, promovendo o acesso ao alimento durante o período escolar, pré-requisito para um bom desempenho cognitivo. O conhecimento do valor nutricional da alimentação escolar planejada e consumida é imprescindível, uma vez que visa completar a alimentação praticada no ambiente domiciliar de crianças e adolescentes, sob critérios pré-definidos pelo PNAE, em que no mínimo 15% das necessidades nutricionais diárias sejam supridas pela alimentação escolar, em relação a energia, proteínas, vitaminas e minerais. O objetivo desta pesquisa foi analisar a aceitabilidade, o consumo da alimentação escolar e o estado nutricional de escolares no município de Viçosa MG. Como resultado, averiguou-se que os alunos da primeira série do ensino fundamental estão recebendo uma alimentação cujo valor protéico encontrou-se dentro dos parâmetros do PNAE. Detectou-se uma necessidade de reestruturar os cardápios/preparações para que a adequação de micronutrientes e o Intervalo Aceitável de Distribuição de Macronutrientes (AMDR) sejam atingidos. Identificou-se uma diferenciação no nível de adesão à alimentação escolar institucional quando considerada a área de localização, sendo maior entre alunos de escolas rurais. Quanto à aceitação, a partir do Índice de Aceitabilidade (IA), observou-se que as refeições servidas de um modo geral demonstraram boa aceitação, sendo que todas as escolas rurais apresentaram IA acima do mínimo preconizado. Em relação ao consumo da alimentação escolar pelos alunos, observou-se que atingiu valores preconizados tanto para proteína quanto energia, sendo a mediana do consumo energético e protéico superiores aos 15% preconizados para o PNAE, revelando uma maior preocupação no atendimento dos teores energético e protéico. Em relação ao AMDR, observou-se que o consumo de carboidratos foi acima do recomendado para 68,2% dos alunos; o consumo de proteína apresentou-se dentro dos parâmetros recomendados para 82,1% e quanto aos lipídios, o consumo apresentou-se abaixo do parâmetro recomendado para 87,7% dos alunos. Quanto ao oferecimento de micronutrientes na alimentação escolar, observou-se que entre os alunos com idade até 8 anos o consumo de cálcio foi abaixo do valor de referência ou 15% da AI para 78,7%; já o consumo de ferro, vitamina A e vitamina C foi abaixo dos valores de referência ou 15% da EAR para 1,5%, 33,8% e 32,4% dos alunos, respectivamente. Entre os alunos com idade superior a 8 anos, 93%, 2,3%, 41,9% e 60,5% dos alunos consumiram, respectivamente, cálcio, ferro, vitamina A e vitamina C abaixo dos valores de referência. No que se refere à caracterização do estado nutricional, observou-se que a maioria encontrou-se eutrófico (81%); 11,6% com baixo peso; 2,6% em risco de sobrepeso; e 4,7% com sobrepeso; ou seja, 7,3% dos alunos apresentaram um excesso de peso; e de acordo com o indicador Estatura para Idade, 11,2% apresentaram baixa estatura. Em relação às características socioeconômicas dos familiares dos alunos da primeira série do ensino fundamental, observou-se que o fato de receberem algum tipo de donativo do governo foi um fator positivo no incremento da renda familiar, principalmente entre populações residentes em áreas rurais, sendo a Bolsa Família o benefício mais relatado, já que visa a integração de programas remanescentes. No entanto, ao avaliar os valores da renda per capita, verificou-se que 94,3% possuíam valores inferiores a meio salário mínimo, valor que caracteriza a linha da pobreza. Observou-se também que as famílias ainda são numerosas e que a proporção de mães com até 4 anos de estudo foi mais freqüente em áreas rurais que em áreas urbanas, implicando em maior proporção de mães analfabetas funcionais. Conclui-se, portanto, que existe a necessidade de desenvolvimento de atividades educativas, já que a escola é considerada uma das mais significantes instituições sociais no direcionamento de atividades que promovam a saúde e prevenção de doenças, permitindo o conhecimento e o desenvolvimento de habilidades relacionadas a hábitos alimentares saudáveis e que sejam internalizados desde a infância.