Biodisponibilidade de selênio em feijão (Phaseolus vulgaris L.) e castanha-do-Pará (Bertholletia excelsa H.B.K.) e seu potencial anticarcinogênico na mucosa do cólon de ratos
Ano de defesa: | 2007 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
BR Ciência de Alimentos; Tecnologia de Alimentos; Engenharia de Alimentos Doutorado em Ciência e Tecnologia de Alimentos UFV |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://locus.ufv.br/handle/123456789/511 |
Resumo: | O selênio (Se) é um elemento traço antioxidante, com importantes funções bioquímicas relacionadas à atividade de enzimas nas quais está presente como selenocisteína. O baixo estado nutricional de Se tem mostrado correlacionar-se positivamente com a incidência de doenças, entre elas o câncer. Alimentos componentes da dieta brasileira, como a castanha-do-Pará, naturalmente rica em selênio, e o feijão, com propriedades funcionais atribuídas à presença de constituintes como fibra, fitatos e taninos tem mostrado efeitos promissores na redução do risco de doenças crônicas. Este estudo teve como objetivo avaliar a biodisponibilidade de Se em 5 cultivares de feijão (Ouro Branco, Diamente Negro, BRS Radiante, Pérola e Talismã) e em feijão do cultivar Pérola submetido ao enriquecimento com Se bem como o potencial funcional do feijão e da castanha-do-Pará na redução do risco de câncer de cólon em animais. No ensaio de biodisponibilidade, feijões dos 5 cultivares e do cultivar enriquecido com Se e seu controle foram cozidos com água de maceração, secos em estufa, triturados e quantificados quanto ao teor de Se. Ratas adultas Wistar receberam, por 28 dias, dietas experimentais com o mesmo nível de Se fornecidos pelos feijões e dietas controle com e sem adição do nutriente. Foram determinados a atividade enzimática de Glutationa Peroxidase (GPx) plasmática e hepática bem como a concentração eritrocitária de Se. Os cultivares de feijão estudados e o cultivar Pérola adubado com Se e seu controle não apresentaram diferenças entre si na biodisponibilidade do nutriente medida pela atividade GPx plasmática e hepática, não estando, portanto, condicionada por fatores antinutritivos presentes no alimento. Na avaliação do potencial anticarcinogênico do feijão e da castanha-do-Pará sobre o câncer de cólon, ratos machos F344 (45) foram divididos em cinco grupos e alimentados com dietas hiperlipídicas constituindo-se nos controles AIN-93 sem adição de selênio (CN) e AIN-93 suplementada com 4 mg de Se por kg de dieta (CP), dietas contendo a mesma dose de selênio da dieta CP fornecidos pela castanha-do-Pará de forma isolada (C) ou combinada com feijão (F+C) e dieta com feijão (F) por um período de 12 semanas. O carcinógeno de cólon dimetilhidrazina (DMH) foi aplicado a seis animais de cada grupo em duas doses consecutivas na segunta e terceira semanas após a introdução das dietas experimentais. Três animais de cada grupo receberam apenas a solução veículo constituindo-se nos controles. Foram medidos a atividade das enzimas GPx plasmática, eritrocitária e hepática e Glutationa S-transferase (GST) hepática e a concentração plasmática de Se. Diferenciação celular, proliferação celular e características morfológicas da cripta e do cólon foram utilizados como biomarcadores do risco de câncer. As dietas CP, C, F e F+C promoveram o mesmo nível de expressão das enzimas GPx e GST, maior grau de diferenciação celular e menor grau de proliferação celular da mucosa colônica em relação à dieta CN, não sendo observadas alterações de padrão quando da aplicação do DMH. A administração de doses supranutricionais de Se na forma de SeMet ou fornecida pela castanha-do-Pará e a utilização de feijão de forma isolada ou em combinação com a castanha favoreceu a homeostase do desenvolvimento colônico evitando alterações na diferenciação e proliferação celular em ratos tratados com DMH, sugerindo um papel protetor destes alimentos no câncer de cólon. Os resultados indicam ainda um possível envolvimento de mecanismos múltiplos de ação. |