Efeito de probiótico na modulação dos níveis de colesterol sérico e na taxa de translocação de Lactobacillus spp. em ratos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2001
Autor(a) principal: Machado, Dayse Fontes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/11110
Resumo: Probióticos, na forma de produtos lácteos fermentados ou não, são conhecidos como alimentos funcionais e têm sido recomendados como adjunto dietético para indivíduos com hipercolesterolemia. Com o objetivo de avaliar seu efeito na modulação dos níveis de colesterol sérico e na taxa de translocação de Lactobacillus spp. para o baço, fígado, coração e rins, foi conduzido uma experimentação com duração de 56 dias, utilizando-se 170 ratos machos Wistar, com peso médio inicial de 250±32g, distribuídos em quatro tratamentos e alojados individualmente. Os grupos experimentais foram: Padrão; Controle; LDR e P. O grupo Padrão recebeu a dieta AIN-93G durante todo o período experimental. Os demais grupos receberam por 56 dias a mesma dieta acrescida de 1% de colesterol e 0,1% de ácido cólico. Do 15° ao 28° dia (após um período inicial de 14 dias de indução de hipercolesterolemia) o grupo LDR recebeu suplementação de 0,1 mL/dia/animal de leite desnatado reconstituído a 10% de sólidos não gordurosos e o grupo P recebeu 0,1 mL/dia/animal de probiótico na 10 forma de um concentrado de células contendo 10 UFC/mL de Lactobacillus acidophilus NCFM. Avaliou-se o colesterol total, LDL- colesterol e HDL-colesterol nos 28°, 42° e 56° dias de experimento (0, 14 e 28 dias após o término da administração do probiótico, respectivamente). Determinou-se também a taxa de translocação de Lactobacillus spp., nos mesmos tempos, no baço, fígado, coração e rins dos animais. O ganho de peso e a ingestão alimentar dos animais foram monitorados semanalmente, calculando -se assim, o coeficiente de eficiência alimentar (CEA). Não foi observada diferença significativa (P>0,05) entre os grupos, quanto ao consumo alimentar, ganho de peso e CEA aos 56 dias. O acréscimo dietético de 1% de colesterol cristalino e 0,1% de ácido cólico não promoveu hipercolesterolemia nos animais, evidenciado pela diferença não significativa (P>0,05) entre os grupos Padrão e Controle em relação aos níveis de colesterol total, LDL- colesterol e HDL-colesterol após 14 dias de dieta hipercolesterolêmica. No entanto, provocou aumento significativo do peso e alteração da coloração normal do fígado (de vermelho intenso para vermelho amarelado) devido ao acúmulo de gordura neste órgão, nos animais que receberam dieta rica em colesterol comparado ao grupo Padrão. O consumo de L. acidophilus pelos animais, nas concentrações indicadas, não alterou seus níveis séricos de colesterol e frações (P>0,05), pois estes se mantiveram normocolesterolêmicos. Constatou-se translocação de Lactobacillus spp. para o baço, fígado, coração e rins dos animais que receberam suplementação com L. acidophilus (grupo P). Nos órgãos dos animais dos grupos Padrão, Controle e LDR não foi observado crescimento nos tempos avaliados. Constatou-se diferença significativa (P<0,05) na contagem de células microbianas translocadas para o baço em comparação aos demais órgãos analisados. Entre o fígado e o coração não foi observada diferença significativa (P>0,05), mas ambos diferiram estatisticamente dos rins (P<0,05). As contagens, 2 2 em UFC/órgão, foram; 8,6 x 10 ; 4,8 x 10 ; 4,7 x 10 e 1,3 x 10 para o baço, fígado, coração e rins, respectivamente. Observou-se eliminação constante das células translocadas, após o término da administração do probiótico. Vinte e oito dias após o consumo do probiótico, de acordo com o modelo de regressão ajustado, a contagem de células viáveis indicou maior eliminação dos microrganismos translocados do baço (69,8%), seguido do coração (61,7%), fígado (57,0%) e rins (37,8%). O tempo para completa eliminação dos microrganismos translocados, de acordo com o modelo de regressão ajustado, permanecendo a tendência verificada no intervalo de tempo estudado (28 dias), corresponderia a 40, 45, 49 e 74 dias, para o baço, coração, fígado e rins, respectivamente. Sugere-se que, ao se desenvolver um probiótico, além da estirpe do microrganismo, do número de células e da freqüência de dosagem, devem ser definidas as taxas de translocação e de eliminação (“clearing”) destes microrganismos em modelos animais, uma vez que se desconhece como este processo poderá afetar o hospedeiro.