Efeito do probiótico Lactobacillus acidophilus LA5 em modelo de periodontite induzida em camundongos diabéticos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Cardoso, Biannka Pompeo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/23/23146/tde-26102021-103957/
Resumo: O emprego dos probióticos na área da saúde é muito difundido, mas os mecanismos envolvidos no controle de doenças inflamatórias, como a periodontite e a diabetes, ainda são pouco explorados. O presente estudo visou avaliar o efeito da cepa probiótica Lactobacillus acidophilus LA5 em modelo experimental de periodontite e diabetes. 35 camundongos C57/Bl6 foram submetidos à periodontite experimental pela inoculação oral de um consórcio microbiano (P. gingivalis W83, capsulada/afimbriada e ATCC 33277, não capsulada/fimbriada, Prevotella intermedia 17, Fusobacterium nucleatum ATCC 25586 e Streptococcus gordonii DL1). Os animais receberam inoculação via oral com 1X1011UFC de cada cepa bacteriana 5 dias por semana por 5 semanas. A diabetes foi induzida pela ingestão de dieta hiperlipídica. O probiótico L. acidophilus LA5 foi administrado via oral em doses diárias de 1X109UFC por todo o período experimental. Os animais foram monitorados semanalmente quanto aos níveis de glicemia sérica e ganho de peso. Após 45 dias foi determinada a tolerância a glicose. Após 47 dias, os animais foram eutanasiados, e analisadas a perda óssea alveolar por microCT, os níveis séricos de LPS e a expressão de genes associados a permeabilidade intestinal, em amostras de cólon por RTqPCR. Pudemos observar que a dieta hiperlipídica (DH) induziu a maior nível sérico de glicose (D+SHAM) quando comparados aos animais que receberam dieta convencional (DC). A periodontite experimental com dieta hiperlipídica (D+PP) levou a maior tolerância à glicose do que apenas a dieta hiperlipídica (D+SHAM) e maiores níveis séricos de glicose em jejum. Por outro lado, a administração oral de L.acidophilus LA5 induziu a menores valores de glicemia sérica nos animais dos grupos D+PB (dieta hiperlipídica + administração de probiótico) e D+PPPB (periodontite experimental associada a dieta hiperlipídica e administração de probiótico) quando estes foram comparados aos grupos D+SHAM e D+PP, respectivamente. A administração de L.acidophilus LA5, tanto no grupo que recebeu apenas a dieta hiperlipidica (D+PB) como no grupo com periodontite induzida e dieta hiperlipidica (D+PPPB) resultou em menor tolerância à glicose do que os respectivos controles. A análise de microtomografia do osso alveolar da maxila demonstrou que o consórcio microbiano foi capaz de induzir a perda do volume de osso alveolar (D+PP), sendo que os demais grupos não diferiram do controle D+SHAM, indicando que L. acidophilus LA5 foi capaz de controlar a perda óssea alveolar. A dieta hiperlipídica e/ou a inoculação do consórcio microbiano não foram capazes de alterar os níveis séricos de LPS. A administração de L. acidophilus LA5 também não alterou os níveis séricos de LPS. Porém, a administração diária de L. acidophilus LA5 alterou o perfil transcricional no intestino delgado na diabetes, resultando em alívio na regulação negativa de itf induzida pela dieta hiperlipídica. A expressão de itf foi regulada positivamente quando D+PPPB foi comparado ao controle D+PP (ANOVA, p<0.05)., L.acidophilus LA5 induziu a regulação positiva da transcrição de ocln, tanto na presença como na ausência de periodontite, embora não tenha sido observada diferença significante na expressão deste gene entre os grupos D+PP e D+PPPB. A periodontite e/ou a diabetes não interferiram na expressão relativa de muc1, no entanto, a administração do probiótico levou a regulação positiva de muc1 (não significante) quando comparados os grupos D+SHAM e D+PB, e esta regulação positiva pelo probiótico foi estatisticamente significante entre os grupos D+SHAM e D+PP e D+PPPB. Apesar das limitações dos modelos animais, o presente estudo sugere que L. acidophilus LA5 apresenta potencial para ser utilizado como adjuvante ao tratamento da diabetes tipo 2 e da periodontite. No entanto, outros estudos experimentais elucidando seu mecanismo de ação devem ser realizados antes de seu uso clínico.