Envelhecimento e organização do trabalho: a percepção dos servidores técnicos administrativos idosos da Universidade Federal de Viçosa

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Fialho, Adriana Aparecida Bhering
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/7707
Resumo: O envelhecimento populacional tem se colocado como experiência vivenciada mundialmente nas últimas décadas. E, uma das implicações deste processo tem sido a maior atuação dos idosos na População Economicamente Ativa (PEA). Neste sentido, pensou-se na importância de refletir sobre os seguintes questionamentos: os trabalhadores idosos estão apresentando mudanças comportamentais e sociais no ambiente organizacional devido ao processo de envelhecimento? Tais mudanças podem estar interferindo na qualidade de vida no trabalho (QVT) dos servidores idosos? O relacionamento intergeracional está interferindo na organização do trabalho? Portanto, este estudo teve como objetivo geral apreender, na percepção do servidor técnico-administrativo idoso, a relação processo de envelhecimento e mudanças comportamentais e sociais no ambiente organizacional Universidade Federal de Viçosa (UFV). A amostra constituiu-se de 122 servidores técnico-administrativos idosos lotados nos cargos de nível intermediário e 27 do nível superior. A pesquisa teve caráter descritivo-exploratório, sendo o método utilizado o estudo de caso e os instrumentos de coleta de dados, entrevista semiestruturada e questionários. A entrevista foi analisada através da análise de conteúdo e os dados dos questionários foram analisados com auxílio do SPSS, por meio de média e frequência. Verificou-se que, uma pequena parcela dos servidores perceberam mudanças, sendo estas: melhor tratamento pela chefia devido à experiência e confiança adquiridas, melhor relacionamento, maior segurança para realizar suas funções, mudanças nos interesses do grupo de trabalho. Contudo, tais mudanças, para a maioria não afetaram a QVT, sendo acolhidas positivamente, e, de modo geral, apresentaram-se satisfeitos ou bastante satisfeitos com a qualidade de vida global na organização de trabalho UFV. A experiência adquirida ao longo da vida e da rotina profissional foi um fator que afetou a melhoria da QVT dos entrevistados dos dois grupos, trazendo, neste sentido, vários benefícios à vida laboral dos mesmos. Assim, é importante ressaltar que, tendo a maioria dos entrevistados apresentado uma percepção positiva em relação às mudanças ocorridas, estas são de grande relevância nos estudos sobre envelhecimento e trabalho, considerando-se que, as mudanças positivas podem referendar o incentivo pela continuidade desta mão de obra no mercado de trabalho, e, por outro lado, as mudanças negativas podem ser foco para estudos que vislumbram a melhoria da QVT dos servidores em estágio de envelhecimento, não só de organizações públicas, mas das organizações como um todo. Quanto ao relacionamento intergeracional, os servidores consideraram este como sendo bom e, quase metade deles, relataram existir troca de aprendizado. No entanto, a influência deste relacionamento na organização do trabalho na UFV, foi percebida positivamente pela maioria dos servidores do nível intermediário, enquanto que, os servidores do nível superior o perceberam negativamente. Constatou-se também que existe a presença de conflitos. Contudo, acredita-se na necessidade da UFV atentar para os resultados encontrados nesta pesquisa, na perspectiva de melhor se preparar tanto para o envelhecimento de seus servidores, no sentido de melhor aproveitar essa mão de obra, quanto para melhor capacitar e receber os jovens que estão sendo admitidos, evitando assim o conflito de gerações. Assim, permitirá também que o prolongamento da vida laboral seja vivenciado com mais qualidade de vida no trabalho.