Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Souza, Géssica Cardoso Pereira de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/14359
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Resumo: |
O Brasil é considerado um líder mundial na produção de etanol derivado da cana-de-açúcar. O setor canavieiro, nas últimas décadas apresentou recordes de produção, área plantada e área colhida. Essa rápida expansão provoca alguns questionamentos e preocupações acerca dos impactos ambientais, econômicos e sociais, não somente na região/país produtor, mas em todas as demais regiões/países. Uma discussão recorrente na literatura, por exemplo, é se existe disponibilidade de terra agricultável que possa abrigar a expansão da cultura da cana- de-açúcar, sem causar maiores prejuízos para o meio ambiente e para a sociedade, como uma piora do desmatamento e aumentos nos preços dos alimentos, respectivamente. Dessa forma, o principal objetivo desta dissertação foi projetar o impacto de um aumento da demanda de cana-de-açúcar destinada ao etanol sobre o uso da terra e sobre a produção de alimentos no Brasil, em cenários de expansão e estagnação da produção. A metodologia utilizada foi a de equilíbrio geral, com modificações na modelagem a fim de tornar a análise factível. Uma das modificações no modelo foi a incorporação de um módulo de uso da terra e um custo de conversão entre os diferentes tipos de terras, permitindo capturar as mudanças diretas e indiretas do uso da terra, Direct Land Use Change (LUC) e Indirect Land Use Change (ILUC), decorrente de uma expansão da cana-de-açúcar destinada ao etanol. Os resultados sugerem que o Brasil possui terras suficientes para acomodar o crescimento da cana-de-açúcar projetado para o ano de 2030. A expansão ocorreria às custas das áreas de culturas e pastagens, principalmente. O impacto sobre o desmatamento seria relativamente pequeno, sentido principalmente pela região Norte. Verificou-se a ocorrência de competição entre a produção de cana-de-açúcar e culturas, no entanto, a diminuição das áreas de culturas, não parece impactar expressivamente sobre o preço dos insumos alimentares e sobre o preço do alimento final. Foi verificado, ainda, que as regiões acomodam a produção dos insumos alimentares de forma a satisfazer a demanda nacional e internacional por alimentos, principalmente a região Norte. Por fim, constatou-se que um aumento na produtividade da terra utilizada na produção de cana provoca um efeito poupa-terra. Tal fato indica que ganhos de produtividade na terra poderia acomodar o cenário de expansão sem pressão por competição e promovendo a diminuição do desmatamento. Portanto, a produção de cana destinada ao etanol provoca pequenas mudanças diretas e indiretas no uso da terra (LUC e ILUC) no Brasil com reflexos relativamente pequenos sobre o preço dos insumos alimentares e, principalmente, sobre o preço do alimento final. E que tais mudanças podem ser suavizadas por meio de ganhos de produtividade na terra. |