Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2013 |
Autor(a) principal: |
Silva, Luciana Saraiva da |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/7276
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Resumo: |
A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), condição crônica altamente prevalente, é um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento e progressão da Doença Renal Crônica (DRC), que é considerada um problema de saúde pública em todo o mundo. A prevalência de DRC vem aumentando mundialmente, com incremento anual de 8 a 16%, que é maior do que o crescimento populacional geral. A DRC é definida como a presença de lesão renal, associada ou não à diminuição da Taxa de Filtração Glomerular (TFG) < 60 mL/min/1,73m2 por um período ≥ 3 meses. O diagnóstico da DRC baseia-se na identificação de grupos de risco (idosos, obesos, portadores de HAS ou diabetes), na presença de lesão renal e na redução da TFG. Na prática clínica, a função renal pode ser avaliada pela dosagem da creatinina, pela depuração da creatinina e pela estimativa da TFG por meio de fórmulas. No entanto, os estudos não mostram um consenso sobre o método de detecção da DRC a ser utilizado. Neste contexto, a DRC, em geral, tem sido subdiagnosticada e tratada inadequadamente, culminando em um alto custo de tratamento, sobretudo pela não implementação de medidas preventivas. Assim, destaca- se a importância da Atenção Primária à Saúde (APS), por meio da Estratégia Saúde da Família (ESF), no diagnóstico precoce e encaminhamento dos pacientes a especialistas. Sendo assim, o objetivo do presente estudo é avaliar os diferentes métodos de diagnóstico da DRC e sua prevalência oculta em portadores de HAS cadastrados na ESF do município de Porto Firme-MG, com ênfase no papel estratégico da APS na prevenção de agravos e enfermidades. Trata-se de um estudo transversal com os portadores de HAS acompanhados pela ESF do município, cuja coleta dos dados se deu por meio de entrevistas, avaliações antropométrica, clínica e bioquímica. O diagnóstico de DRC foi realizado por meio da dosagem de creatinina sérica, depuração de creatinina e avaliação da TFG estimada a partir das fórmulas CG, CG-corrigido, MDRD-6, MDRD-4, CKD-EPI. Uma vez identificada alguma alteração em um dos testes realizados, os mesmos foram repetidos após três meses para confirmação do diagnóstico. Para a análise dos dados utilizou-se o software SPSS. O nível de significância adotado para rejeição da hipótese de nulidade foi α = 0,05. O projeto de pesquisa foi submetido à análise e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal de Viçosa (UFV), protocolo 044/2012. Foram avaliados 293 indivíduos, com média de idade de 65,8 anos; 76,0% eram do sexo feminino; 60,8% eram casados; 74,1% eram aposentados; 90,0% possuíam baixa renda e baixa escolaridade e 66,9% apresentavam sobrepeso. A maior concordância com a depuração real, segundo o kappa ponderado, se deu pela fórmula CKD-EPI (kappa = 0,362) e a menor concordância pela fórmula CG (kappa = 0,311). Observou-se uma correlação significante (p<0,001), porém moderada entre a depuração real e todas as fórmulas avaliadas, sendo a maior correlação com a fórmula CKD-EPI (r = 0,612). A fórmula CKD-EPI apresentou o menor número de indivíduos abaixo do limite inferior de concordância pela análise de Bland-Altman. Em relação à prevalência, 38,6% (IC 95%: 33,0 - 44,2) da população estudada apresentavam DRC, sendo que aproximadamente 14% estavam em estágio mais avançado da doença (TFG < 45 mL/min/1,73m2). Quando as variáveis foram comparadas nos diferentes estágios, observou-se relação estatisticamente significante da DRC com idade, escolaridade, uso de álcool, sobrepeso, risco cardiovascular, creatinina e microalbuminúria. Quando avaliada a razão de prevalência, observou-se associação estatisticamente significante com idade e creatinina. Visto tais resultados, recomenda-se que, juntamente com o valor da creatinina sérica, os serviços de patologia clínica forneçam a estimativa da TFG, o que permitirá a visualização imediata da DRC. Sugere-se também a divulgação e utilização das tabelas que fornecem a TFG, sendo esta, uma ferramenta de baixo custo e fácil utilização, que poderá ser aplicada também como rotina na APS. O estudo reforça o papel estratégico da APS no diagnóstico e prevenção de agravos e enfermidades, visto que esta é a porta de entrada dos indivíduos nos serviços de saúde. Por fim, os achados deste estudo ratificam a necessidade de capacitação da equipe de saúde envolvida no tratamento desses pacientes, fomentando a prevenção e diagnóstico da DRC nos estágios iniciais. |