Influência da formiga mutualista no investimento em defesas de plantas: um experimento de longa duração no sistema Cecropia-Azteca

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Neves, Gabriela Zorzal
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://locus.ufv.br/handle/123456789/32945
https://doi.org/10.47328/ufvbbt.2024.560
Resumo: As plantas demonstram estratégias defensivas diversas contra seus inimigos naturais. Estas defesas podem ser diretas, como compostos químicos e estruturas físicas, e indiretas, como a associação com outros animais. As plantas mirmecófitas, por exemplo, vivem em associação íntima com formigas que desempenham função protetora em troca de alimento e locais de nidificação. Nesse sentido, investir em recursos para atrair formigas pode concorrer, em termos de alocação de energia, com o investimento em defesas diretas, gerando o chamado “trade-off”. Mais especificamente, na relação mutualística entre as formigas do gênero Azteca e as árvores do gênero Cecropia, já foi demonstrado que as formigas proporcionam múltiplos benefícios às plantas que vão além da proteção. No entanto, não se sabe exatamente como a presença das formigas influencia as características de defesa dessas plantas. A partir dessa lacuna, essa tese foi dividida em dois capítulos: O primeiro deles teve como objetivo testar se a presença de formigas (Azteca muelleri) e a herbivoria influenciam o investimento em defesas físicas em Cecropia glaziovii. No segundo capítulo foi determinado se a colonização por A. muelleri é capaz de mediar a existência de trade-off entre defesas químicas e físicas em C. glaziovii. Em relação ao primeiro capítulo, conduzimos dois experimentos, sendo um deles de simulação e outro de proteção de herbivoria em plantas no campo. Já no segundo capítulo, realizamos um experimento manipulativo de longo prazo (oito anos) para avaliar o investimento em defesas químicas e físicas em plantas colonizadas e não colonizadas. Com coletas mensais, acessamos dados de densidade de tricomas foliares (defesas físicas) e compostos fenólicos (defesas químicas) de plantas (C. glaziovii) colonizadas e não colonizadas pelas formigas (A. muelleri). Descobrimos que em plantas colonizadas por formigas a produção de tricomas é menor, independentemente da herbivoria. Encontramos também que a presença das formigas é um forte mediador do trade-off entre as defesas químicas e físicas de plantas; devido a redução na produção de tricomas com um incremento de compostos fenólicos apenas nas plantas não colonizadas. Nossos resultados reforçam a importância das formigas como defensoras, mas também como mediadoras da alocação e na provisão de recursos nessas plantas.