Efeitos do treinamento aeróbico de baixa intensidade iniciado 24 h após infarto do miocárdio sobre a estrutura e função cardíaca de ratos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Ramos, Regiane Maria Soares
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Aspectos sócio-culturais do movimento humano; Aspectos biodinâmicos do movimento humano
Mestrado em Educação Física
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/3486
Resumo: O presente estudo teve como objetivo verificar os efeitos do treinamento aeróbico de baixa intensidade iniciado 24 horas após a cirurgia isquêmica sobre a estrutura e função do miocárdio e cardiomiócitos de ratos submetidos ao infarto do miocárdio (IM) experimental. Ratos Wistar com 30 dias de idade foram divididos em 4 grupos: Sham Sedentário (SHSD, n=15), Sham Exercitado (SHEX, n=15), Infartado Sedentário (IMSD, n=15) e Infartado Exercitado (IMSD, n=15). Vinte e quatro horas após indução do IM e da cirurgia simulada (Sham), os animais dos grupos IMEX e SHEX foram colocados na esteira rolante com 5º de inclinação, por um período de 20 minutos por dia, onde correram à velocidade de 12m/min durante 5 dias consecutivos. No 6º e no 35º dias, estes animais foram submetidos à avaliação da tolerância ao esforço físico. A tolerância ao esforço físico foi estimada pela capacidade máxima de esforço físico em teste progressivo de corrida em esteira e quantificada pelo tempo total até a fadiga (TTF, min) neste teste. A velocidade máxima de corrida (VMC) obtida no teste do 6º dia foi utilizada para calcular a intensidade de corrida adotada no programa de treinamento (%VMC, m/min). Este programa consistiu de corrida em esteira (5 dias/semana, 60min/dia, inclinação de 5º) a 65-75% da VMC. Trinta e cinco dias após a indução do IM, os cardiomiócitos da região remanescente ao IM do ventrículo esquerdo (VE) de metade dos animais de cada grupo foram isolados por dispersão enzimática, após eutanásia. Os cardiomiócitos foram estimulados a 1Hz, em temperatura controlada (~37ºC), para mensuração da função contrátil. O restante dos animais foi usado para obtenção dos registros hemodinâmicos. Após este procedimento, estes animais sofreram eutanásia e os corações foram removidos, fixados e corados com Hematoxilina-eosina e Picrosirius red para análise histológica. Os resultados mostraram que o programa de exercício físico aplicado não comprometeu a sobrevivência dos animais infartados. Os animais exercitados apresentaram maior capacidade de corrida em relação aos sedentários (p<0,05). O peso do coração, peso relativo do coração, peso relativo do VE, volume cardíaco, área celular do cardiomiócito e o teor de água no pulmão foram maiores nos animais infartos em comparação com o Sham (P<0,05), mas sem diferença entre os grupos IMSD e IMEX. Além disso, o programa de corrida não atenuou o tamanho do infarto e a deposição de colágeno no miocárdio remanescente ao IM. O eletrocardiograma (ECG) demonstrou que os animais IM apresentaram elevação dos segmentos ST, prolongamento dos intervalos QT, QTc e da onda T, aumento na amplitude das ondas Q e T, e redução da amplitude da onda S, em relação aos animais Sham (p<0,05), imediatamente após a ligadura da ACADE. Entretanto, ao final do programa de corrida, não foram encontradas diferenças nestes parâmetros avaliados. Os ratos IM apresentaram aumento na frequência cardíaca (FC) de repouso, reduções na pressão sistólica do VE (PSVE) e da taxa máxima de elevação de pressão (dP/dtmáx), além da elevação da pressão diastólica final do VE (PDFVE) e da taxa máxima de declínio de pressão (dP/dtmin) (p<0,05). Contudo, o programa de treinamento físico aplicado reduziu a dP/dtmín e a FC de repouso além de aumentar a PSVE dos animais IM (p<0,05). A amplitude de contração e o tempo de relaxamento não foram alterados pelo IM. No entanto, os animais IM apresentaram aumento no tempo para o pico de contração celular, em comparação aos animais Sham (p<0,05), mas sem diferença entre os grupos IMSD e IMEX. Concluiu-se que o treinamento aeróbico de baixa intensidade iniciado 24 horas após o IM experimental e realizado durante 5 semanas não agravou o remodelamento cardíaco e atenuou os efeitos deletérios do IM sobre os parâmetros hemodinâmicos.