Efeitos do acetato de metilprednisolona sobre a função cardíaca de ratos após o infarto agudo do miocárdio

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Bahr, Alan Christhian
Orientador(a): Schenkel, Paulo Cavalheiro
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/178407
Resumo: Introdução: A inflamação e o estresse oxidativo estão associados à progressão do infarto agudo do miocárdio (IAM) para a insuficiência cardíaca (IC). Logo, o tratamento com metilprednisolona, um conhecido glicocorticoide com propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes, tem o potencial de mitigar a piora da função do ventrículo esquerdo após o IAM. Entretanto, a utilização de glicocorticoides após o IAM tem apresentado resultados contraditórios que podem ser decorrentes da maneira como são aplicados. Objetivo: Verificar a influência do período de administração de acetato de metilprednisolona sobre a função cardíaca de ratos após o infarto agudo do miocárdio. Materiais e Métodos: No experimento 1, foram utilizados 29 ratos Wistar machos divididos em 3 grupos: Sham (n=14), infartado tratado com salina logo após o IAM (IAM0 n=7) e infartado tratado 7 dias pós-IAM (IAM7 n=8). A função cardíaca foi avaliada 2 e 56 dias pós-IAM pelo exame de ecocardiografia. No experimento 2 foram utilizados 45 ratos Wistar machos divididos em 4 grupos: Sham (Sham, n=13); infartado (IAM, n=14); infartado e tratado com metilprednisolona no dia da indução do infarto (IAM+M0, n=7); infartado e tratado com metilprednisolona no 7º dia após a cirurgia (IAM+M7, n=7). A cirurgia do IAM foi realizada pela oclusão da artéria coronária descendente anterior esquerda. Uma dose única de acetato de metilprednisolona (40mg/kg,i.m.) foi aplicada nos animais dos grupos IAM+M. A função cardíaca foi avaliada pela ecocardiografia e pelo cateterismo ventricular 56 dias após a indução do infarto. Dados morfométricos e de estresse oxidativo do coração foram avaliados No experimento 3, foram utilizados 16 ratos Wistar machos, sendo divididos em 2 grupos: grupo controle tratado com salina no dia 0 (C, n=5) e grupo tratado com acetato de metilprednisolona (40mg/kg. i.m.) no dia 0. A coleta de sangue ocorreu uma vez por semana durante oito semanas, para avaliação de parâmetros do soro. A função cardíaca foi avaliada pelo cateterismo ventricular 56 dias o início da administração farmacológica. Dados morfométricos e de estresse oxidativo do coração foram avaliados. Parecer CEUA/UFRGS: 30797. Resultados: Os grupos IAM e IAM+M0 e IAM+M7 apresentaram área de infarto de 50,4%, 54,8% e 55,1%, respectivamente. A fração de encurtamento e a mudança de área fracional do ventrículo esquerdo diminuíram significativamente (37% e 39%) no grupo IAM em relação ao Sham. O tratamento iniciado no 7º dia promoveu um declínio adicional na mudança da área fracional (66%) quando comparado ao IAM. Tais parâmetros foram semelhantes entre os grupos IAM e IAM+M0. Observamos um aumento de 69% na pressão diastólica final do ventrículo esquerdo (PDFVE) no grupo IAM quando comparado ao grupo Sham. O tratamento com acetato de metilprednisolona, independentemente do tempo de administração, foi capaz de atenuar a PDFVE apenas os grupos IAM e IAM+M7 apresentaram congestão pulmonar. Conclusão: Nossos resultados demonstram que o tratamento com metilprednisolona iniciado logo após o infarto agudo do miocárdio impede ou reverte o aumento da PDFVE e a congestão pulmonar. O tratamento realizado no 7º dia após o IAM também foi eficaz em atenuar a PDFVE, porém não reverteu a congestão pulmonar. Portanto, concluímos que o tratamento iniciado precocemente apresenta potencial em mitigar a transição do IAM para a insuficiência cardíaca.