Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2015 |
Autor(a) principal: |
Braga, Isis de Freitas Espeschit |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/6739
|
Resumo: |
Mycobacterium avium ssp. paratuberculosis (MAP) é o agente etiológico da doença de Johne ou paratuberculose, enterite granulomatosa crônica caracterizada por diarreia persistente e perda de peso progressiva que acomete ruminantes. Pode também ser isolado a partir de amostras intestinais de pacientes humanos, com doenças intestinais, principalmente portadores da doença de Crohn. Essa é uma doença de etiologia desconhecida, que se caracteriza por inflamação crônica, focal, assimétrica transmural e ocasionalmente granuloma- tosa, que pode acometer qualquer segmento do tubo digestivo. O isolamento de MAP e as semelhanças entre os processos clínicos e histopatológicos da paratuberculose e da doença de Crohn são algumas das razões pelas quais se investiga o potencial zoonótico da bactéria. As principais vias de eliminação do agente são através do leite e das fezes que contaminam os pastos e, direta ou indiretamente os cursos d’agua podendo dessa forma infectar humanos pela ingestão de água contendo o micro-organismo viável. MAP é uma bactéria resistente e responsável por grandes prejuízos econômicos e produtivos, sendo demonstrada sua sobrevivência no ambiente por longos períodos, além da resistência a pasteurização e à agentes de desinfecção aplicados ao tratamento da água para consumo humano. Diante disso, o estudo teve como objetivos: - identificar fatores de risco envolvidos com a presença de MAP em amostras de intestino humano, através da aplicação de questionário, em conjunto com da- dos prévios sobre a presença da bactéria em amostras de biópsias intestinais de pacientes portadores de Doença de Crohn, retocolite ulcerativa e portadores de doenças intestinais não inflamatórias, -verificar a presença do agente na água para consumo humano e animal através de PCR convencional e do cultivo microbiológico de amostras coletados em 10 propriedades de caprinocultura leiteira da Zona da Mata Mineira e realizar uma revisão bibliográfica dos estudos sobre a paratuberculose na América Latina. Quanto às amostras de água, MAP foi identificado viável em quatro (40%) das amostras de consumo animal, e identificado por PCR em três (30%) das de consumo humano além de uma quinta amostra de consumo animal (10%). Esse resultado demonstra o papel da água como reservatório do agente, mantendo o ciclo de infecção ativo e servindo de amostra confiável para o diagnóstico da presença do agente no rebanho já que, aparentemente não está condicionada a eliminação intermitente, como ocorre com as fezes desses animais. Nesse estudo também puderam ser identificados fatores de risco para a ocorrência do agente na água e em biópsias intestinais humanas, como o consumo de leite e derivados informais, assim como histórico familiar de agravos intestinais. Na América Latina MAP foi pesquisado em 10 países e identificado em nove, infectando, bovinos, caprinos e animais silvestres. Os resultados desse estudo contribuem para a identificação de fatores de risco envolvidos na transmissão de MAP para humanos, permitindo a sugestão de medidas que previnam ou reduzam a exposição ao agente. Esses fatores de risco identificados também demonstram a importância do leite na veiculação do agente por leite e produtos lácteos, com destaque para aqueles que não passaram pela pasteurização. Além disso, os estudos sobre água auxiliaram a elucidação do papel da ingestão da água na transmissão do agente, que não é pesquisado na rotina de tratamento, indicando exposição ao agente para humanos pode ser dar através do consumo de água contaminada por fezes de animais com paratuberculose. Esse estudo foi o primeiro sobre o agente na água no Brasil, e um dos poucos no mundo. |