Presença e perfil de resistência a antibióticos de Escherichia coli diarreiogênicas obtidas de fezes de suínos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Romanholi, Natália Lourenço
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/24000
Resumo: A cadeia de produção suína tem grande importância na economia brasileira, incluindo o país no ranking dos maiores exportadores mundiais da carne. Produtos a base de carne suína são consumidos mundialmente e podem carrear diferentes perigos biológicos, como cepas patogênicas de Escherichia coli, responsável por uma variedade de sintomas em humanos, podendo levar à diarréia sanguinolenta e insuficiência renal. E. coli é caracterizada por diferentes patotipos baseados na presença de diferentes fatores de virulência, sendo eae e stx os principais genes de virulência em isolados de alimentos. O objetivo desse trabalho foi o isolamento e caracterização de isolados de E. coli diarreiogênica em suínos, assim como análise filogenética e avaliação da resistência a antibióticos dos isolados. Amostras de fezes de 120 suínos de terminação obtidos de abatedouro-frigorífico localizados na região da Zona da Mata, no Estado de Minas Gerais, foram obtidas com a técnica de swab. Os isolados confirmados bioquimicamente como E. coli foram submetidos a PCR multiplex para detecção de stx1/stx2, eae, ipaH e aggR visando a identificação dos patotipos. E.coli diarreiogênica foram identificados em 12 (10%) suínos, e 17 isolados foram confirmados pela PCR multiplex, sendo 70,6% EPEC (12/17) e 29,4% STEC (5/17). Um total de 37 isolados de suínos (patogênicos e não patogênicos) foram analisados quanto ao perfil de resistência à antibióticos, sendo que100% das amostras de E. coli foram multirresistentes aos antibióticos testados, ou seja, foram resistentes a três ou mais classes de antibióticos e ainda, todos os isolados apresentaram resistência nas concentrações testadas, a ampicilina, tiamulina, ácido nalidíxico e tetraciclina. Constatou-se também que não houve diferença nos perfis de resistência entre os isolados diarreiogênicos e comensais. Os isolados positivos para os patotipos foram caracterizados para identificação de filogrupo de Clermont (A, B1, B2, e D) baseado em um segundo PCR multiplex, objetivando a detecção dos genes chuA, yjaA, TspE4C2 e gadA. Com base na caracterização do filogrupo, os isolados de EPEC e STEC foram categorizados como A (23,5%), B1 (23,5%) e B2 (52,9%). Cepas patogênicas de E. coli pertencentes ao filogrupo B2 e D são altamente virulentas, sendo uma preocupação em qualquer cadeia alimentar. A presença de E. coli patogênica em fezes de suínos é preocupante, uma vez que pode ocorrer uma contaminação cruzada no abate, resultando em contaminação de produtos suínos destinados ao consumo humano. Além disso, a presença de cepas multirresistentes representa uma ameaça à saúde pública, pois essas bactérias e os elementos de resistência podem ser transferidas aos humanos, implicando em maior número de doenças e falhas nos tratamentos.