Caracterização de populações de Colletotrichum gossypii var. cephalosporioides, controle químico e resistência em algodoeiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2005
Autor(a) principal: Suassuna, Nelson Dias
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/10234
Resumo: A ramulose é uma das principais doenças do algodoeiro no cerrado brasileiro, maior região produtora. Conduziram-se dois ensaios em campo visando selecionar plantas com resistência à ramulose em linhagens e em acessos sem características comerciais. As mesmas linhagens também foram avaliadas para resistência à mancha de ramulária, mancha angular, mosaico das nervuras e ao complexo Fusarium e nematóide. Foi possível distinguir entre resistência e suscetibilidade à ramulose em ambos os ensaios de campo (P< 0,0001 e P=0,002, ensaio de linhagens e acessos do banco de germoplasma, respectivamente). Para avaliar possível série diferenciadora de raças de Colletotrichum gossypii var. cephalosporioides (Cgc), seis isolados do patógeno foram inoculados em 30 acessos de algodoeiro. Destes acessos, dois desenvolveram ou não sintomas dependendo do isolado usado. Esses acessos, em conjunto a outros dois resistentes e dois suscetíveis aos isolados empregados, foram selecionados para compor uma série diferenciadora para distinguir raças de Cgc. Com base em 133 isolados estudou-se a estrutura genética de populações de Cgc em três regiões com diferentes idades de cultivo. Foram analisados 23 locos AFLP e detectou-se baixa diversidade genética total (H t =0,139) e baixa diversidade genética dentro de subpopulações (H s =0,133). O número médio de migrantes foi estimado em 11,9 indivíduos a cada geração entre as três subpopulações. Não foi observada formação de estrutura sexuada (peritécio) in vitro após pareamento de 17 isolados em todas as combinações possíveis. Apenas um grupo de compatibilidade vegetativa foi identificado com base em testes de complementação usando 76 mutantes auxotróficos na rota de metabolismo do nitrato. Inferiu-se que a população brasileira de Cgc tem estrutura clonal, com ausência de grupos de compatibilidade vegetativa e sem aparente reprodução sexuada. Ocorre grande fluxo gênico e sementes infectadas desempenham importante papel nessa dispersão, principalmente para áreas novas. Isolados de Cgc foram também caracterizados quanto à sensibilidade aos fungicidas carbendazim, tebuconazole e azoxystrobin. Não houve evidências de resistência de Cgc aos fungicidas avaliados. Os valores de ED 50 para os fungicidas carbendazim, tebuconazole e azoxystrobin variaram, respectivamente, de 0,037 a 1,474, de 0,020 a 0,191 e de 0,019 a 0,068 μg i.a./mL. O controle químico em condições de campo reduziu o progresso da doença, todavia não evitou perdas significativas em produtividade.