Entre o machado do curupira e gameleiras encantadas: conservação da natureza, território e identidades na Serra do Brigadeiro, Zona da Mata Mineira (1976 a 2006)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Santos, Adailton Damião dos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://locus.ufv.br//handle/123456789/28713
Resumo: As narrativas produzidas por engenheiros e técnicos florestais do Departamento de Engenharia Florestal da Universidade Federal de Viçosa revelam os debates sobre silvicultura e conservação da natureza no ensino, na pesquisa e na extensão daquela universidade. A trajetória da engenharia florestal pode ser representada pela coexistência de projetos nos anos de 1960, aparentemente antagônicos para as florestas de Minas Gerais – produzir carvão vegetal para alimentar os fornos das siderúrgicas e conservar o que restava da Mata Atlântica no estado. As pesquisas para produção de essências florestais exóticas, preponderantemente o eucalipto, no entendimento científico florestal (fazedores de Florestas) daquelas décadas, solucionaria tal dilema, mantendo o progresso como imperativo e aliado da conservação, baseando-se no modelo conservacionista do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal. No final dos anos de 1970, a Serra do Brigadeiro vai tornar-se o alvo desse movimento dialético das ciências florestais da UFV, passando à proposição de criação do Parque Estadual da Serra do Brigadeiro. Os debates de ideias dos proponentes (cientistas e ambientalistas), frente as reivindicações das comunidades do entorno da Serra do Brigadeiro, sobretudo durante a demarcação das áreas do parque nos anos de 1990, e a implantação do seu Plano de Manejo nos anos de 2000, fortalecem os laços comunitários da luta entre os agricultores da entorno da Unidade de Conservação, no entendimento de que a defesa pelo direito ao uso das terras passava necessariamente pelo reconhecimento das identidades arraigadas ao seu território. Essas identidades, em muitos aspectos vinculadas aos povos originários Puri, continuam existindo e resistindo na Serra dos Arrepiados com suas vozes que vêm da mata, da cura pelas plantas, das pedras, dos córregos, dos bichos e das gameleiras encantadas. Ali, na Serra dos Arrepiados, onde a floresta não é apenas um recurso, mas a moradia e o território dos símbolos e vivências do Povo da Mata. Palavras-chave: Departamento de Engenharia Florestal da Universidade Federal de viçosa (DEF/UFV). Parque Estadual Serra do Brigadeiro (PESB). Conservacionismo. Socioambientalismo. Território Rural Serra do Brigadeiro. Territorialização. Identidade Puri.