Aspectos ecológicos e anatômicos de epífitas vasculares da Trilha do Muriqui, Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, Araponga, Minas Gerais
Ano de defesa: | 2009 |
---|---|
Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
BR Botânica estrutural; Ecologia e Sistemática Doutorado em Botânica UFV |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://locus.ufv.br/handle/123456789/358 |
Resumo: | As epífitas vasculares podem ocupar locais variados ao longo do fuste e nas copas das árvores, ficando expostas a diferentes condições de intensidade luminosa, nos diversos estratos do dossel florestal. Estudos sobre preferências das epífitas, por diferentes estratos do dossel, têm sido realizados, mas, os dados são escassos no que se refere à anatomia foliar e aspectos ecofisiológicos destas espécies. O hábito epifítico envolve várias estratégias adaptativas em resposta aos diversos estresses a que estas plantas estão expostas, especialmente aos estresses hídrico e nutricional, e muitos deles são evidenciados em suas folhas. O estudo foi realizado em um remanescente de Mata Atlântica, na Trilha do Muriqui, Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, Araponga, MG. Objetivou-se identificar as espécies de epífitas em 10 forófitos, verificar as possíveis relações entre as características do forófito (rugosidade do súber, altura) e a comunidade de epífitas nele instalada, bem como caracterizar a anatomia foliar de todas as espécies e analisar a micromorfometria foliar em indivíduos da mesma espécie ao longo da estratificação vertical. Foram selecionados 10 forófitos com circunferência à altura do peito superior a 50 cm e que continham a maior quantidade de epífitas. O material botânico fértil, dos forófitos e das epífitas, foi depositado no Herbário VIC. Medições de luz foram realizadas por meio de um sensor quântico e medições de temperatura, umidade relativa do ar, altitude, taxa de evaporação e velocidade do vento foram realizadas com o aparelho Kestrel. Por meio de observações em campo e da análise de fotos digitais do tronco de cada forófito foi classificada a rugosidade do súber. Foram selecionadas amostras de 0,5 cm2 da região apical, mediana e basal de folhas expandidas; para avaliação anatômica o material foi processado e corado, conforme metodologia específica para montagem de lâminas permanentes. Foram realizados cortes transversais e longitudinais, diafanizações e dissociações epidérmicas em 23 espécies de epífitas, além de testes histoquímicos, para algumas espécies. Para a micromorfometria foliar de sete xiv espécies, que estavam presentes ao longo da estratificação vertical, foi utilizado o software Anati Quanti. A digitalização das imagens foi realizada em fotomicroscópio. As avaliações micromorfológicas foram feitas na região mediana de folhas expandidas. Foram encontradas 25 espécies de epífitas vasculares, distribuídas em 17 gêneros e 9 famílias, predominando as monilófitas. Os forófitos foram distribuídos em 8 espécies, 8 gêneros e 6 famílias. Não houve uma especificidade epífita-forófito, no entanto, algumas espécies são mais restritas a locais extremamente sombreados e Vriesea heterostachys foi a espécie generalista, sendo encontrada em todos os forófitos, ao longo da estratificação vertical. A maioria das espécies apresentou epiderme uniestratificada e apenas as espécies de Peperomia apresentaram epiderme multiestratificada. A presença de hipoderme aquífera foi evidenciada nas espécies de Bromeliaceae e Orchidaceae. Outros caracteres xeromórficos, além dos tecidos aquíferos, foram observados, como parede periclinal externa espessa e mesofilo compacto. As avaliações micromorfométricas, no geral, seguiram uma tendência de mesofilo mais espesso para os indivíduos expostos a maior luminosidade, porém não houve uma tendência demarcada nos indivíduos expostos a regiões intermediárias de luminosidade, na maioria das espécies. Espécies raras foram encontradas como Cochlidium punctatum e Sinningia cooperi. Os dados deste trabalho representam uma contribuição para o conhecimento das epífitas, espécies de fundamental importância na conservação da biodiversidade, além de fornecer dados ecológicos e anatômicos ao longo da estratificação vertical, raros na literatura, e subsídios para o manejo e preservação do Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, importante remanescente florestal. |