Ocorrência de cianobactérias em manancias de abastecimento de água para consumo humano no município de Viçosa MG
Ano de defesa: | 2007 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
BR Botânica estrutural; Ecologia e Sistemática Mestrado em Botânica UFV |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://locus.ufv.br/handle/123456789/2542 |
Resumo: | Considerando o aumento das florações tóxicas e o alto custo na remoção das toxinas pelos sistemas convencionais de tratamento de água, o monitoramento de cianobactérias nos mananciais de abastecimento público é fundamental para que possam ser avaliados os riscos de possível presença de cepa produtora de toxina. O presente trabalho teve como objetivos avaliar a ocorrência de cianobactérias em mananciais de abastecimento público do município de Viçosa, isolar, identificar e manter um banco de culturas com as espécies de cianobactérias encontradas nesses mananciais, correlacionar a densidade de células com os fatores ambientais, reconhecer os padrões temporais da comunidade de cianobactérias em função das estações do ano e detectar a produção de microcistina nas espécies potencialmente tóxicas por meio do Teste ELISA (Enzime-Linked Immuno Sorbent Assay). As amostras de água foram coletadas no Ribeirão São Bartolomeu e no Rio Turvo Sujo, principais redes de drenagem de águas fluviais no município, mananciais onde são feitas as captações de água para abastecimento público da cidade de Viçosa. Foram analisadas as seguintes variáveis físicas e químicas da água: temperatura, pH, oxigênio dissolvido (OD), nitrogênio total, fósforo total, nitrato, amônio e alcalinidade. Durante o período de setembro/05 a agosto/06, foram realizadas coletas mensais, em quatro pontos selecionados (P1, P2, P3 e P4). Para a análise qualitativa foi utilizada rede de fitoplâncton com abertura de malha de 20 bm, com a qual foram realizados arrastos horizontais na superfície da coluna d água. Para a análise quantitativa, foram realizadas coletas subsuperficiais através da passagem de frasco que permitiu coletar água bruta numa faixa de 20 cm de profundidade. As espécies isoladas foram mantidas em sala de crescimento, sob condições fotoautotróficas. Durante o período de estudo foram identificados 18 táxons, totalizando quatro ordens: Chrooccocales (11,1%); Oscillatoriales (38,9%); Nostocales (44,4%) e Stigonematales (5,6%). Nostocales e Oscilatoriales foram as ordens mais representadas, com oito e sete táxons, respectivamente, seguida da ordem Chrooccocales (2) e Stigonematales (1). Na ordem Nostocales, foram identificados três gêneros, representados pelos táxons: Anabaena ambigua, A. inaequalis, Calotrhrix braunii, Nostoc cf. carneum, N. commune, N. microscopicum, N. cf. muscorum e Nostoc sp. Para a ordem Oscilatoriales, foram identificados cinco gêneros representados pelos táxons: Geitlerinema splendidum, Limnothrix sp., Oscillatoria subbrevis, Phormudium granulatum, P. cf. retzii, Pseudanabaena galeata e P. catenata. A ordem Chrooccocales, foi representada por dois gêneros com uma espécie em cada gênero Synechococcus nidulans e Synechocystis cf.. aquatilis. Na ordem Stigonematales registrou-se apenas um gênero (Stigonema), com espécie não identificada. As densidades de células de cianobactérias encontradas nos quatro pontos amostrados ficaram abaixo do que determina a Portaria do Ministério da Saúde Nº 518, de 25 de março de 2004, que estabelece procedimentos para o monitoramento da qualidade da água para consumo humano. O resultado para microcistina foi positivo para a espécie Nostoc cf. commune, encontrada em P1, P2 e P3. O resultado da análise Canônica de Correspondência revelou por meio do teste de Monte Carlo, que estatisticamente, as variáveis analisadas não influenciaram na densidade de células de cianobactérias. Não foi observado um padrão regular na distribuição das cianobactérias nos pontos amostrados durante o período de estudo. Sugere-se que o monitoramento dos mananciais seja incluído na rotina das ETA s, como uma medida preventiva da ocorrência de cepas de cianobactérias potencialmente tóxicas. Como subsídio para os trabalhos desenvolvidos pelos técnicos responsáveis pela qualidade da água, foi elaborado um manual de identificação e caracterização das cianobactérias encontradas nos mananciais estudados, o que certamente facilitará o reconhecimento das espécies presentes, possibilitando a tomada de medidas necessárias na operação do sistema de tratamento de água, caso ocorra um aumento na densidade de células de cianobactérias, principalmente de espécies potencialmente tóxicas. |