O lugar do assentamento nos projetos de vida das famílias assentadas: o caso do assentamento Margarida Alves, em Bambuí-MG
Ano de defesa: | 2011 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
BR Economia familiar; Estudo da família; Teoria econômica e Educação do consumidor Mestrado em Economia Doméstica UFV |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://locus.ufv.br/handle/123456789/3345 |
Resumo: | A permanência dos assentados rurais na terra conquistada tem sido uma das promessas dos governos. Estudos de autores como Bogo (1999), Andrade et al (2009) e outros revelaram que após a conquista da terra, os assentados enfrentavam dificuldades para permanecerem no local, tendo que buscar seu sustento fora do assentamento ou desenvolver atividades agrícolas paralelas a outras atividades para garantir seu lote. Esta pesquisa buscou compreender o lugar que o assentamento rural Margarida Alves, no município de Bambuí MG, ocupa na trajetória de vida dos assentados, analisando como os projetos de vida das famílias de um assentamento rural revelam as expectativas dos mesmos para o futuro. Para tanto, as famílias do assentamento foram caracterizadas quanto ao seu perfil socioeconômico e estratégias de reprodução, trajetórias e projetos de vida, procurando problematizar o lugar que o assentamento ocupa nestes projetos. O estudo mostrou que o perfil das famílias assentadas agrega realidades rurais e urbanas: pessoas que sempre vivenciaram a roça, pessoas que vivenciaram o campo e a cidade e pessoas que nunca vivenciaram a realidade rural. A maioria das famílias entrevistadas era proveniente do município de Bambuí e para grande parte, o acesso ao lote significou continuar trabalhando em atividades ligadas ao rural. Para os assentados provenientes de outras localidades, o acesso a terra não significou rompimento com as antigas atividades, pois os que exerciam atividades agrícolas e não-agrícolas, como pintor, motorista, peão de rodeio, pedreiro, continuaram a exercê-las concomitantemente às atividades do lote. Para a grande maioria, inclusive, esse acesso garantiu o fortalecimento e a possibilidade de incremento dessas atividades, pois estas encontram demanda tanto no meio urbano quanto no meio rural. A sociabilidade dos assentados se construía também na zona urbana de Bambuí, devido aos inúmeros vínculos que mantinham no município a partir do trabalho, lazer e estudo. E a reprodução das famílias não estava associada, de forma exclusiva, às atividades desenvolvidas no lote. Grande parte dos jovens, filhos dos assentados, tinha seus projetos de vida ligados ao urbano, seja pelo interesse em estudos, ou pelo desenvolvimento de outras atividades. Percebeu-se através do estudo realizado que o assentado do Margarida Alves pouco se diferenciava do pequeno agricultor de Bambuí, pois ter um (pequeno) pedaço de terra e manter uma residência na área urbana, ou ainda nesta desenvolver outra atividade profissional faz parte do cotidiano de muitos agricultores bambuienses. O entendimento do assentamento como meio ou fim para se alcançar uma melhor condição de vida não se constituiu em um fator restritivo às possibilidades de reprodução social dos assentados. Pelo contrário, inseriu os mesmos na cultura local. |