Validação de equações para estimativa da estatura, composição corporal e risco de morbidades em idosos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2005
Autor(a) principal: Cervi, Adriane
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/8858
Resumo: Com o crescente aumento da população idosa, informações sobre as condições de saúde e nutrição desse grupo etário, são fundamentais para o planejamento de políticas de saúde. O presente estudo teve como objetivos: 1) validar diferentes equações utilizando medidas recumbentes para estimar a estatura em idosos; 2) validar equações utilizadas para estimar o percentual de gordura corporal, massa livre de gordura e água corporal total, baseadas em medidas antropométricas simples, comparando-as com o método de bioimpedância elétrica, em idosos; 3) validar e estabelecer pontos de corte apropriados para o Índice de Massa Corporal, circunferência da cintura e relação cintura quadril, considerando as modificações corporais decorrentes do envelhecimento, bem como verificar a capacidade destas medidas em predizer risco de morbidades em uma população de idosos residentes no município de Viçosa, MG, Brasil. A pesquisa foi do tipo transversal e incluiu 186 idosos, sendo 94 (50,5%) do sexo masculino e 92 (49,5%), do feminino. Entretanto, para validar as equações de estimativa da estatura a amostra constituiu-se de 147 idosos (69 homens e 78 mulheres), correspondendo a indivíduos isentos de problemas posturais. A faixa etária dos idosos foi de 60 a 87 anos. Foram aferidas as medidas de peso, estatura, altura do joelho, envergadura, semi- envergadura do braço, dobras cutâneas (tricipital, bicipital, subescapular e suprailíaca), e circunferências da cintura, do quadril e da coxa. A partir destas medidas calculou-se o Índice de Massa Corporal (IMC) e a relação cintura quadril (RCQ). A composição corporal (percentual de gordura corporal, massa livre de gordura e água corporal total) foi determinada por equações de predição e pela bioimpedância elétrica considerada neste estudo como o método de referência. Foram determinados os níveis pressóricos, perfil lipídico (triacilgliceróis, colesterol total, LDL-c e HDL-c) e glicemia dos idosos estudados. Encontrou-se que, as equações com melhor desempenho para estimar a estatura foram respectivamente, para o sexo masculino e feminino, as desenvolvidas por Bermúdez et al. (1999) e Najas (1995). As medidas de envergadura e semi-envergadura do braço superestimaram significantemente a estatura, tanto em mulheres como em homens. A equação proposta por Najas (1995) foi a que apresentou o maior percentual de concordância entre o IMC real e o estimado para o grupo de idosos estudados, de ambos os sexos. As equações com melhor desempenho em estimar o percentual de gordura corporal foram a de Lean et al. (1996), para o sexo masculino e a de Baumgartner et al. (1998), para o feminino. No que se refere à massa livre de gordura, tanto para homens como para mulheres, a equação com melhor desempenho foi a de Dey et al. (2003). Em relação à água corporal total, foi avaliada apenas uma equação, a qual apresentou bom desempenho para ambos os sexos, havendo forte correlação (r = 0,9 p < 0,001) e pequena diferença entre as médias (p > 0,05). Os pontos de corte com melhor capacidade em predizer risco de morbidades em idosos, encontrados neste estudo foram: IMC > 27,0 kg/m2 para ambos os sexos; circunferência da cintura > 88 cm e > 92 cm para mulheres e homens, respectivamente e relação cintura quadril > 0,92 e > 1,0 para mulheres e homens, respectivamente. Estes pontos de corte foram os que apresentaram maiores valores preditivos positivos e melhor equilíbrio entre sensibilidade e especificidade. Além disso, estes pontos de corte apresentaram razoável especificidade e conseqüentemente, reduzida taxa de falsos positivos. Propõe-se que na prática clínica, seja utilizada a equação de Najas (1995), para estimar a estatura de idosos e as equações de Lean et al. (1996) e de Baumgartner et al. (1998) para homens e mulheres, respectivamente, para estimar o percentual de gordura corporal, pois utilizam variáveis que consideram as alterações na composição corporal que ocorrem com o envelhecimento. Recomenda-se ainda a utilização do IMC, circunferência da cintura e RCQ na avaliação nutricional de idosos, como screening populacional, levando-se em consideração os pontos de corte sugeridos.