Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2005 |
Autor(a) principal: |
Araújo, Fernanda Sguizzatto de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/9541
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Resumo: |
Este estudo teve por objetivo caracterizar a composição florística e a estrutura fitossociológica da vegetação arbustivo-arbórea colonizadora e o solo, de uma área degradada por mineração de caulim, em Brás Pires, MG. A atividade minerária foi iniciada em 1980 e finalizada em 1985. Nos 20 anos subseqüentes, a encosta onde foi depositado o estéril, anteriormente utilizada como pastagem, foi isolada e um processo de regeneração natural iniciou-se, estando atualmente ocupada por uma vegetação florestal secundária. O levantamento fitossociológico abrangeu uma área de 0,5 ha subdividida em 50 parcelas contíguas de 10 m X 10 m. Foram incluídos todos os indivíduos com CAP igual ou maior a 10 cm. A composição florística foi o resultado desse levantamento, acrescida de coletas fora da área de amostragem. As espécies amostradas foram classificadas quanto à categoria sucessional e síndrome de dispersão e os indivíduos foram agrupados em classes de diâmetro. Fez-se uma comparação com 9 levantamentos realizados em florestas da região e um do estado de São Paulo, em estádios sucessionais distintos, para a verificação da similaridade florística entre as áreas. Para a caracterização do substrato foram amostrados três perfis ao longo da encosta. As amostras de cada horizonte foram submetidas a análises químicas e físicas. A amostragem fitossociológica resultou em 1010 indivíduos, pertencentes a 47 espécies distribuídas em 40 gêneros e 25 famílias. Destacaram-se em valor de importância as espécies Piptadenia gonoacantha, Luehea grandiflora, Anadenanthera peregrina, Cecropia glaziovi, Cecropia hololeuca e Xylopia brasiliensis. A florística totalizou 64 espécies, distribuídas em 50 gêneros e 30 famílias. As famílias com maior número de espécies foram Leguminosae (11), Annonaceae (5), Lauraceae e Melastomataceae (4), enquanto o gênero de maior riqueza específica foi Machaerium com 3 espécies. A maior similaridade florística ocorreu com um fragmento em Cruzeiro, SP, estando ambas as áreas em início de sucessão. Na distribuição das espécies em categorias sucessionais, as secundárias inicias ocuparam a primeira posição, seguidas das pioneiras, perfazendo juntas, 80% do total das espécies amostradas. A maioria das espécies (62%) foi dispersa por animais, enquanto que a maioria dos indivíduos (68%), foi dispersa pelo vento. Isso sugere que a colonização da área foi iniciada por espécies anemocóricas, destacando a importância de indivíduos remanescentes, além da proximidade de fragmentos e sua fauna associada. A análise da distribuição dos diâmetros revelou uma comunidade em plena regeneração, com representação em todas as classes diamétricas. O substrato, nas condições em que se encontra, não impede o estabelecimento da vegetação. Há uma diferenciação clara entre o material de origem do solo (horizonte C), a camada de estéril e o solo original (soterrado). Os solos são predominantemente arenosos, principalmente com relação à camada de depósito e o horizonte C. Todos os horizontes foram classificados como franco arenosos, com exceção dos horizontes do solo soterrado. O solo demonstrou baixa fertilidade natural, baixa CTC e saturação de bases. No geral, os valores de saturação de alumínio foram altos, assim como o carbono orgânico. O pH e a acidez potencial (H+Al) foram considerados médios. A camada de estéril apresentou os maiores valores para a maioria das variáveis medidas, sendo os valores encontrados para as outras camadas mais baixos. Assim, pode-se inferir que o papel da ciclagem de nutrientes nesse sistema tem sido fundamental para a manutenção da vegetação, assim como sua capacidade de retenção de água, permitindo um adequado suprimento de umidade. |