Borreria verticillata (Rubiaceae): Caracterização Nutricional e Respostas Morfofisiológicas ao Arsênio

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Silva, Samara Arcanjo e
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Botânica estrutural; Ecologia e Sistemática
Mestrado em Botânica
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/2560
Resumo: O arsênio (As) é um elemento tóxico aos seres vivos liberado no ambiente por fontes naturais e antrópicas. A fitorremediação utilização de plantas na recuperação de ambientes contaminados requer a seleção de espécies tolerantes ao poluente. Borreria verticillata é encontrada em ambientes com alta concentração de As no solo, a exemplo do Morro do Galo (Nova Lima/MG). Estudos desenvolvidos em solução nutritiva de Hoagland constataram maior tolerância nas plantas provenientes do Morro do Galo do que em plantas oriundas de local sem o metaloide (Mata do Paraíso, Viçosa/MG). A escolha da solução nutritiva é um aspecto importante devido à competição entre o arsenato e o fosfato pelos mesmos transportadores de membrana. Este trabalho teve como objetivo estudar o desenvolvimento de plantas de B. verticillata nas soluções nutritivas de Hoagland e de Clark de modo a determinar a formulação mais indicada para estudos de suas respostas morfofisiológicas ao As com o intuito de elucidar mecanismos de tolerância presentes nas populações aclimatada e não aclimatada ao As. Plantas de B. verticillata das populações do Morro do Galo (MG) e da Mata do Paraíso (MP) foram cultivadas em solução de Hoagland e de Clark à 1⁄2 força durante 40 dias e o crescimento e a eficiência nutricional foram determinados. As plantas apresentaram respostas mais homogêneas quando cultivadas na solução de Clark. Quando cultivadas na solução de Hoagland as plantas da MP mostraram-se superiores no acúmulo de nutrientes e no crescimento e semelhantes às plantas do MG na eficiência nutricional. A solução de Clark mostrou-se mais indicada para o estudo da tolerância da espécie ao As devido à resposta semelhante das duas populações e à menor concentração de fósforo. Dessa forma, plantas de B. verticillata provenientes do MG e da MP foram cultivadas em solução de Clark à 1⁄2 força contendo 0,0 e 66,0 μM de As por 4 dias para a investigação dos mecanismos envolvidos na tolerância diferencial ao As nas duas populações. Para tal, estudou-se o acúmulo e a distribuição de As e macronutrientes e as respostas morfofisiológicas das plantas a este elemento. O maior acúmulo de As nas raízes foi responsável pela ocorrência de danos mais severos nesse órgão, no entanto, também foram observados sintomas de toxidez na parte aérea em ambas as populações. A presença de As na solução nutritiva promoveu alterações nas características nutricionais das plantas do MG, como o aumento do acúmulo de cálcio nas raízes, redução do fator de translocação de fósforo, cálcio e enxofre, além de aumento na produção de idioblastos cristalíferos e fenólicos nas raízes, incremento na atividade da dismutase do superóxido e síntese de compostos tiolados nas folhas. Já as plantas da MP exibiram incremento no número de idioblastos fenólicos nas raízes e aumento na atividade da polifenoloxidase nas folhas. As estratégias de detoxificação de As apresentadas pelas plantas do MG conferiram a esta população maior tolerância ao metaloide, sugerindo a possível utilização na revegetação de ambientes contaminados.