Efeitos do inseticida Dimilin® na morfologia de brânquias de machos e fêmeas de Hyphessobrycon eques adultos (Steindachner, 1882)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Lopes, Diego Senra
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/6735
Resumo: O uso intensivo de agrotóxicos na agricultura tem levado à contaminação dos ambientes aquáticos. O diflubenzuron (Dimilin®) é um inseticida bastante usado em áreas agrícolas no combate a pragas de insetos e tem sido frequentemente utilizado nas pisciculturas devido à sua eficácia no controle de ectoparasitas em peixes. O uso indiscriminado deste inseticida nas pisciculturas pode resultar em toxicidade causando danos à saúde dos peixes. O objetivo desse trabalho foi discriminar a possível influência do sexo dos peixes em resposta à ação do inseticida Dimilin®, e determinar se a exposição subletal a este inseticida causa alterações na morfologia das brânquias de machos e fêmeas de Hyphessobrycon eques. Os peixes foram expostos às concentrações de 0,01, 0,1 e 1,0 mg.L-1 de Dimilin® por 96 h e 17 dias. No experimento de 96 h foi realizada uma única aplicação do tóxico na água, e no experimento de 17 dias foram realizadas duas aplicações, sendo uma no primeiro dia e a outra no quarto dia de experimento. Ao final do experimento, amostras do tecido branquial de 10 animais de cada grupo foram coletados e processados para estudo histológico. Foram analisados dados morfométricos e histopatológicos em 10 campos por animal. A análise da água mostrou-se em conformidade com as condições de cultivo e criação de peixes tropicais. Alterações histológicas foram encontradas nas brânquias de machos e fêmeas de H. eques. As análises histopatológicas e morfométricas mostraram diferenças estatísticas (P<0,05) entre as concentrações dentro de um mesmo experimento no mesmo sexo. O Índice de Alteração Histopatológica (IAH), tanto em machos quanto em fêmeas, foi maior nas maiores concentrações (0,1 e 1,0 mg.L-1) nos experimentos de 96 h e 17 dias, indicando diferenças na comparação com o grupo controle e entre as concentrações dentro de um mesmo experimento. O Valor Médio de Alteração (VMA) foi maior em todos os grupos expostos ao Dimilin® nos tempos de exposição de 96 h e 17 dias em comparação com grupo controle. O IAH, o VMA e as análises morfométricas não mostraram reação específica do sexo, indicando que as brânquias de machos e fêmeas não reagiram de maneira diferente (P>0,05) após exposição a concentrações subletais do inseticida Dimilin®. Os resultados mostraram que mesmo nas concentrações mais baixas, o inseticida causou alterações morfológicas leves a moderadas nas brânquias de machos e fêmeas, comprometendo a função deste tecido. Assim, H. eques pode ser considerado bioindicador da contaminação ambiental por Dimilin®, e ser utilizado como modelo em ensaios toxicológicos e avaliações ambientais.