Cultivo de chlorella sp. em fotobiorreator suplementado com gás de incineração de resíduos sólidos perigosos e avaliação de seqüestro de dióxido de carbono para produção de biomassa

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Vieira, Danielle Biajoli
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Construções rurais e ambiência; Energia na agricultura; Mecanização agrícola; Processamento de produ
Mestrado em Engenharia Agrícola
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/3593
Resumo: O seqüestro de gases causadores de aquecimento global tem sido pauta de inúmeros projetos em que organismos fotossintetizantes absorvem dióxido de carbono e transformam-no em biomassa. Microalgas possuem aparato fotossintético para desempenhar este seqüestro. O objetivo deste trabalho foi avaliar o potencial de Chlorella sp. no seqüestro de emissões atmosféricas originadas em incinerador de resíduos. O gás de incineração foi tratado em sistema composto por resfriador, ciclone, lavador Venturi e um removedor de névoas. Os efluentes lançados não ultrapassaram os limites permitidos pela Resolução CONAMA 316 de 2002 na maior parte do tempo. Em três fotobiorreatores as microalgas foram cultivadas com gás de incineração e em outros três com CO2 puro, para avaliar a diferença dos tratamentos. O seqüestro de CO2 foi mensurado por meio da quantificação de biomassa. Curvas de crescimento foram elaboradas por meio da quantificação da biomassa, contagem de células, clorofila-a, clorofila-b e clorofila-a+b. Os resultados obtidos para biomassa em g L-1 foram 0,4307 ± 0,07 para tratamento na presença do gás de incineração e 0,4889 ± 0,09 para CO2 puro. O seqüestro de dióxido de carbono foi (0,8971 ± 0,16) g L-1 e (0,7904 ± 0,12) g L-1 para cultivos com CO2 puro e de incineração, respectivamente. A taxa de crescimento obtida foi de (0,0918 ± 0,001) d-1 e (0,0982 ± 0,003) d-1 para CO2 do resíduo e puro, respectivamente. A contagem de células remete a valores da ordem de (7,9 × 106 e 9,8 × 106) células mL-1, para cultivos com CO2 de incineração e puro, respectivamente. Para clorofila-a o cultivo com CO2 de incineração registraram valores de (2,3 × 10-4 e 5,9 × 10-5) pg célula-1, enquanto para CO2 puro os valores variaram entre (2,6 e 1,2) × 10-4 pg célula-1. Resultados de (8,57 e 9,26) × 10-5 pg célula-1 foram encontrados para clorofila-b em cultivo com CO2 de resíduo e puro, respectivamente. Para clorofila-a+b os resultados foram (2,44 e 2,78) × 10-4 pg célula-1 para tratamento com CO2 de resíduo e puro, respectivamente. Os dados foram avaliados ao nível de 5 % de probabilidade e não houve diferença estatística entre os tratamentos para nenhuma análise. Desta maneira, as microalgas cultivadas com gás de incineração mostraram ser resistentes e apresentaram crescimento similar aos cultivos com CO2 puro. Adicionalmente avaliou-se a produção de lipídeos pelo cultivo. Foi feita uma comparação entre o teor de lipídeos no inóculo cultivado em meio Watanabe e os cultivos do experimento, cultivados em meio Watanabe com baixo teor de nitrogênio. O inóculo apresentou teor de lipídeo de 16,17 %. Os resultados para o meio com baixo teor de nitrogênio foram (16,60 ± 2,85) % e (18,07 ± 0,67) % para gás de incineração e CO2 puro, respectivamente. Estatisticamente, ao nível de 5 % de probabilidade, os tratamentos não diferiram entre si. Desta forma, este estudo pode fornecer subsídio à construção de fotobiorreatores em escala plena para o seqüestro de emissões de incineradores industriais. Adicionalmente o uso de microalgas para produção de biocombustíveis pode ser mais uma alternativa lucrativa ao empreendimento.