Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Carlos, Sabrina de Matos |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Viçosa
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/7834
|
Resumo: |
A agricultura é altamente dependente do clima e, por esse motivo, será fortemente afetada pelas mudanças climáticas globais. No caso brasileiro, pode-se afirmar que os impactos das mudanças do clima sobre a agricultura tendem a ser bastante severos na região Nordeste, já que lá são esperados os maiores aumentos de temperatura e as variações mais severas nos índices de precipitação. Alguns estudos têm destacado que experiências advindas da percepção do clima local podem influenciar não só as crenças acerca do processo, mas também as respostas e atitudes dos indivíduos frente às alterações do clima e os impactos dela decorrentes. Dessa forma, o presente trabalho teve como objetivo avaliar a percepção climática e respectiva adoção de estratégias adaptativas ao clima pelos produtores rurais da bacia hidrográfica do Rio das Contas, no estado da Bahia. Para analisar essas questões foi realizada coleta de dados entre os agricultores da região por meio de questionários que englobavam informações socioeconômicas dos produtores e de suas propriedades, bem como informações relacionadas à percepção em relação às mudanças do clima e referentes a medidas adaptativas ou de mitigação praticadas nas propriedades. Os modelos de mediação (Mediation Models) foram a principal metodologia utilizada para responder às questões do estudo. Analiticamente, estimaram-se dois cenários distintos. No primeiro, a adoção de práticas adaptativas e a disposição em adotar medidas de mitigação foram estudadas considerando apenas o impacto da percepção climática, do conhecimento e crença na ocorrência das alterações no clima. No segundo, além dessas questões foram consideradas as condições socioeconômicas dos agricultores. Esses modelos permitiram avaliar como a percepção presente das mudanças climáticas, o conhecimento e a crença na ocorrência do fenômeno e as condições socioeconômicas influenciam o comportamento de adaptação e mitigação dos agricultores. Em termos socioeconômicos, a análise dos dados indicou que a maioria dos agricultores da região é do sexo masculino e têm, em média, 50 anos de idade e cerca de dez anos de experiência com atividades agropecuárias. A maior parcela tem a propriedade da terra. O nível educacional desses agricultores é baixo, sendo que a maioria deles possui no máximo Ensino Fundamental incompleto. Com relação às propriedades, observa-se que grande parte tem menos de cinco hectares e, em média, cinco pessoas são dependentes das atividades ali desenvolvidas. Adicionalmente, parcela expressiva dos agricultores tem quase a totalidade de sua renda oriunda das atividades agropecuárias. Outro aspecto importante a ser destacado é o baixo acesso à assistência técnica ou extensão rural para a maioria das propriedades consideradas neste estudo. De forma geral, os agricultores dos municípios selecionados perceberam alterações no clima local e as atribuem às mudanças climáticas. Além disso, as análises indicaram que quanto mais os agricultores percebem alterações climáticas, têm conhecimento a respeito do tema e acreditam que esses eventos terão impacto negativo sobre suas propriedades, mais dispostos eles são a adaptarem-se e a adotar técnicas agrícolas que possibilitem a redução das emissões dos gases de efeito estufa. Os resultados reforçam a necessidade de políticas públicas voltadas para maior divulgação de informações climáticas e sobre os mecanismos das mudanças climáticas na região, aliadas a políticas que ampliem o acesso à assistência técnica ou extensão rural, o que facilitaria a adoção de técnicas adaptativas e, ou, de mitigação. Destaca-se ainda a importância de se considerar, nas etapas iniciais do processo de formulação da política, a percepção, crença e condições socioeconômicas dos indivíduos envolvidos, além das características regionais. Essas são considerações fundamentais para o sucesso e eficiência dos esforços das políticas públicas de combate aos efeitos das mudanças climáticas na agricultura. |